O médico ginecologista e obstetra Rodrigo Damasceno, de 40 anos, foi o entrevistado do Bar do Vaz, pelo jornalista Roberto Vaz, nesta sexta-feira, 9. Durante a transmissão do bate-papo no ac24horas, o agora candidato a prefeito pela cidade de Tarauacá revelou os motivos de seu retorno a vida pública após 8 anos afastado.
“Depois que sai da vida pública criei a clínica São Bernardo Solidária onde atuava uma vez por semana em cada bairro, mas meu trabalho era limitado, não dava pra atender todo mundo. Ali havia uma falha do poder público e eu percebia isso. Isso foi um dos motivos do meu retorno a cena política”, frisou Damasceno.
Rodrigo lembrou também da época em que foi prefeito, afirmando que a atual gestão de Tarauacá não fez grandes obras. “Muita coisa deixou de funcionar. Não tem obras que fizeram depois de mim. Quem construiu escolas, reformou postos, cobriu quadras fomos nós. O que se tem de impressão é que Tarauacá virou a cidade do já teve. Já teve carnaval, já teve ExpoTarauacá e festivais de praia belíssimos. Caimos no esquecimento e quero resgatar isso”, disse.
Sobre a declaração da atual prefeita Neia, candidata a reeleição de que fala com Deus e que já tem a roupa da posse pronta, Damasceno cobrou respeito. “Eu tenho minha fé e sou cristão. Acredito em Deus e tenho fé em oração. Em nenhum momento eu uso a minha fé para ludibriar as pessoas no lado mais profano. Não acho certo usar a palavra de Deus para ganhar qualquer benefício de forma política. A nossa fé deve ser bem guardada. Pra mim como cristão, não reconheço isso como algo bom”, frisou.
Sobre a união com Marilete Vitorino, que agora é sua candidata a vice-prefeita, mas que no passado foi sua principal adversária política, Rodrigo afirmou que um pedido especial do padrasto mudou todo o contexto e fez com que os dois se aproximassem. “Tem uma situação. A Marilete é irmã do meu padrasto. Tem 34 anos que convivo com o meu padrasto. Então essa rivalidade criava um clima ruim. E um pedido do meu padrasto que a gente selasse a paz. De início, não era para a Marilete ser a vice, mas sim que ela viesse nos apoiar. Tanto é que ela se filiou ao partido que eu faço parte, que é o PP, com esse intuito de vir nos ajudar no processo eleitoral para selar uma paz no processo eleitoral. Afinal de contas, o meu padrasto, o Raimundinho, enfrentou um momento muito difícil de saúde. Enfrentou um câncer e nesse momento ele fez um pedido especial para todos nós, que a gente fizesse a união. Graças ao meu bom Deus, ele superou a doença e nós selamos a paz. No dia da convenção, ele chorou quando viu nosso encontro”, disse.
Damasceno citou uma frase do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que “a Política não pode ferir a sua alma”. “Porque a política é dinâmica. Não é porque a pessoa não tem escrúpulo ou algo do tipo, mas sim pelas condições e os cenários eles vão se mudando por motivos adversos. Entre eu e a Marilete foi o motivo do meu padrasto. Eu sempre deixo a alma leve e não deixo a porta fechada. Eu não carrego mágoa. Eu sempre digo que o meu coração tem que está leve. Quem carrega a mágoa é quem sofre”, destacou.
Sobre a imagem que viralizou nas redes sociais e fez com que Damasceno fosse conhecido nacionalmente na alagação de Tarauacá, Rodrigo lembrou que foi a maior a alagação da história da região. “Nunca o rio chegou na altura que chegou e nós tinhamos saído de um processo eleitoral. A eleição tinha ocorrido em 2020, que eu não disputei. Eu imaginei que eu ia presenciar um congestionamento de gente querendo ajudar e eu olhei pra um lado e olhei para outro e não vi ninguém. Nem a prefeitura se mobilizando como deveria e nem quem estava lá no processo eleitoral de movimentando. Ficou cada um por sí e Deus por todos. Não posso ficar inerte nessa situação, a população precisa da gente. Eu fui ajudar. Essa criança da foto se chama Denis. Durante o atendimento bateram uma foto. A imagem ganhou uma projeção nacional. Chegamos a ter um momento no Fantástico e eu fiquei por isso não por conta do envaidecimento pessoal, mas que por conta dessa foto, o Acre conseguiu arrecadar uma grande quantidade de doações tipo o Rio Grande do Sul agora recentemente. Aqui sensibilizou o Brasil inteiro”, disse.
Rodrigo Damasceno se preocupou ainda com a questão da fome da população. “Tarauacá tem o maior rebanho do Juruá. Para cada habitante temos 4 cabeças de gado, mas somos a cidade com os maiores problemas sociais em relação à distribuição de renda. Há uma população muito pobre também e na alagação a gente pode ver de perto, pois a fragilidade ela fica exposta. Tipo uma ferida e você percebe que o índice de pobreza é muito alto, casos inclusive de pobreza extrema. Quando a gente levava a sopa e o pão, para muitos aquilo era a primeira refeição”, disse.
O candidato Progressista destacou ainda a sua união com o governador Gladson Cameli e enfatizou que uma parceria com o governo federal e estadual pode dar condições para enfrentar a fome a desenvolver a cidade. “Quero dar condições de a gente chegar com o peixe, mas sim dar condições de ter a vara de pescar. Nós temos que ir além. Nós temos que dar a oportunidade dessas pessoas terem qualificação para arrumar emprego. A gente precisa estimular, incentivar o nosso podo a produzir de forma adequada e também garantir o mercado consumidor. Devemos incentivar a agroindústria para gerar emprego e renda”, disse.
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