O Setor industrial do Acre (incluindo a construção) cresceu 9,3% e atingiu R$ 1,30 bilhão entre 2020 e 2021. Sua participação no Valor adicionado (o valor que o setor acresceu ao valor final do PIB), em 2021, foi de 8,2%, um pouco abaixo da Agropecuária (8,3%). No primeiro trimestre de 2024, o setor ocupou 14,1% dos empregos (formais e informais) na economia acreana.
Conforme o IBGE, através da Pesquisa Industrial Anual Empresa 2021 – PIA, o Acre produziu somente 0,3% do Valor da Transformação Industrial – VTI gerado na Região Norte. Os Estados do Pará (63,4%) e Amazonas (31,9%) foram responsáveis por 95,3% do VTI gerado na região. Além desses, o ranking regional compreendeu: Rondônia (2,2%), Tocantins (1,8%), Amapá (0,3%) e Roraima (0,1%).
Ainda de acordo com a PIA/2021, no que tange à estrutura produtiva, as atividades industriais desenvolvidas na Região Norte do País estão fortemente associadas à realização de extração de minérios, sobretudo no Pará, além da produção de eletroeletrônicos e itens de informática, com ênfase no Amazonas. Destacam-se também os minerais não metálicos (olarias), com relevância para a indústria de Rondônia, Acre, Roraima e Tocantins, seja no componente extrativo, seja na fabricação de produtos a partir desses minerais. Portanto, as indústrias madeireira e alimentícia e a de minerais não metálicos, estiveram presentes no trio de principais atividades da indústria do Acre. Conforme pode ser observado na tabela a seguir, mais de 85% do setor industrial foi representado por essas três principais atividades ec, constantes na tabela a seguir.
A indústria acreana em 2022, conforme a PIA/2022, contava com 2.538 unidades empresariais locais, sendo 1.198 da construção e 1.340 dos demais subsetores industriais. O setor representava 10,5% do total das 24.171 unidades de todos os setores do estado. Quanto aos empregos o setor contava com 12.011 trabalhadores formais assalariados, representando 8,0% do total. O Salário médio mensal dos trabalhadores da construção era de 1,9 salário-mínimo e o dos demais subsetores da indústria, a média, ficou em 2,5 salários-mínimos, ambos abaixo da média geral de todos os setores que foi de 2,8 salários-mínimos. A tabela a seguir, dispõe-se de mais informações sobre as unidades empresariais e os empregos no setor.
Conforme a PIA/2021, o Valor Bruto da Produção – VBP do setor industrial do Acre, em 2021, foi de R$ 3,13 bilhões. O da construção foi de R$ 1,06 bilhão. Com isso, o VBP total foi de R$ 4,19 bilhões. Como o VBP total do Acre foi de R$ 33,23 bilhões, o setor participou com 12,6% do total no ano.
Em 2021, existiam 250 unidades locais de empresas industriais com 5 ou mais pessoas, empregando 5 798 trabalhadores no final do ano. Essas 250 empresas, obtiveram um VBP de R$ 1,21 bilhão no ano, representando quase 40% do VPB do setor. Na tabela a seguir constam as informações para toso os estados na Região Norte.
Pelos dados apresentados, constata-se a inexpressividade da participação do setor na região. O VBP do Acre foi o segundo pior no ano.
Conforme o documento Diagnóstico Socioeconômico do Acre 60 anos, elaborado pelo CEDEPLAR – UFMG, em 2022, em termos relativos ao país e mesmo à região Norte, o Acre possui especialização relativa muito significativa em alguns setores. Em outras palavras, a participação percentual de alguns setores na produção industrial total do Acre é superior à participação percentual desses mesmos setores no total da Regional Norte ou no total do Brasil, com destaque, como comentamos anteriormente, para os setores de produtos Alimentícios, Produtos de Madeira e Minerais não Metálicos.
Ainda segundo o CEDEPLAR, outro setor que chama a atenção é o de frigoríficos na região de Brasiléia (Dom Porquito e Acreaves), fronteira com a Bolívia, pela relação com aquele país, bem como com o Peru, seja porque há ali uma Zona de Livre Comércio, o importante é que o setor demonstra um desempenho muito acima da média dos outros setores industriais do Acre, como também da região Norte e do Brasil. Na região integrem os setores da agricultura, pecuária, industrial e serviços que formam uma capacidade dinâmica fundamental para o crescimento do setor.
A produção industrial do estado é amplamente dominada por empresas pequenas (até 10 empregados) ou de médio porte (de 10 a 50 empregados). É no setor de produtos Alimentícios que se encontram as maiores empresas do estado, isto é, aquelas com mais de 50 e mais de 100 empregados. Porém, a maior parte do emprego industrial se concentra em empresas de pequeno e médio portes.
O CEDEPLAR observa que um setor que apesar de não ter importância relativa na geração de emprego no Estado, possui lugar de destaque na perspectiva de crescimento econômico com geração de renda é o setor industrial.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas