O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, cumpre agenda nesta quarta-feira (24) em Rio Branco. Durante coletiva de imprensa no colégio Armando Nogueira, Barroso demonstrou preocupação com o cenário nacional, afirmando que o país está perdendo a batalha contra o crime organizado.
Segundo o ministro, o avanço do crime organizado, das facções e do tráfico de drogas no Brasil atingiu a Amazônia. “Eu tenho grande preocupação com o avanço do crime organizado no Brasil, das facções e, inclusive, do tráfico de drogas, que se espalhou pela Amazônia e passou a ser rota do tráfico. Na verdade, temos dois problemas: o Brasil é uma rota de tráfico e agora se tornou um dos grandes consumidores mundiais de drogas”, declarou.
Barroso afirmou que a abordagem atual ao tráfico de drogas não está funcionando. “A maneira como temos enfrentado as drogas, a guerra às drogas que fazemos, não está dando certo. Estamos perdendo e acho que precisamos das melhores mentes para se debruçarem sobre o problema e pensarem na melhor forma de enfrentar o tráfico de drogas. Existem mecanismos de aumento da repressão e de legalização. Os países estão tentando fórmulas diferentes, mas o que estamos fazendo não está funcionando. Portanto, se a opção for pela repressão, acho que é preciso asfixiar financeiramente as organizações”, explicou.
O ministro destacou a necessidade de focar nos grandes traficantes em vez de prender jovens da periferia. “Monitorar o dinheiro, os grandes carregamentos e os grandes traficantes, e parar de prender menino pobre de periferia. Em alguns países, há uma experiência de legalização, começando pela maconha. Essa providência dependeria do Congresso, mas a verdade é que os Estados Unidos, que lideraram a guerra às drogas durante décadas, em seus estados mais importantes, estão vivendo uma experiência de legalização. Não estou defendendo um modelo ou outro. O que estou dizendo é que o que estamos fazendo não está funcionando e acho que precisamos nos debruçar com ideias criativas sobre esse problema”, avaliou.