Os humoristas Geovane Calegário e Pedro Roi publicaram um vídeo em redes sociais na noite deste domingo (23), em que pedem desculpas por ofensas proferidas a indígenas durante um podcast que a dupla tinha com um terceiro apresentador. O vídeo de retratação faz parte da condenação aplicada aos humoristas, que também foram condenados a uma indenização de R$ 6 mil.
Na gravação do vídeo que deu origem ao processo, um dos apresentadores lê uma reportagem sobre um indígena que foi resgatado após ser perder na mata. Ele chama o indígena de vagabundo por não conseguir sair da floresta.
A ação destacou o teor das falas dos apresentadores, que se referiam ao indígena como “vagabundo” e “nutella”, além de tecer, de forma jocosa, comentários homofóbicos no mesmo contexto e outros comentários que visavam ofender o personagem da matéria na matriz de sua identidade, desconsiderando sua origem em razão das vestimentas que apresentava no momento.
Depois que o caso foi denunciado por lideranças indígenas, o Ministério Público Federal (MPF) havia pedido a condenação ao pagamento de R$ 100 mil de indenização por danos morais coletivos e racismo praticado contra a população indígena. No entanto, a Justiça Federal entendeu que a situação financeira dos acusados não é suficiente para pagar desse valor e fixou em R$ 6 mil a indenização.
Já no vídeo publicado neste domingo (23), os Calegário e Roi pedem desculpas à comunidade. “Declaramos que depois de tal fato, procuramos estudar e conhecer mais a comunidade indígena, suas histórias, tradições e cultura”, diz Pedro Roi.
Os mesmo humoristas se envolveram em outra polêmica, em junho de 2021, após um trote que acabou em denúncia de homofobia contra o digital influencer Lucas Lima, de 19 anos. Durante a gravação, o influencer foi chamado de ‘gayzinho’ e os apresentadores ainda falaram da sexualidade dele de forma pejorativa. Com a repercussão do caso, a vítima chegou a ser expulsa da casa do pai.
Após a polêmica, o grupo de humoristas decidiu encerrar as atividades do canal.
Veja o vídeo: