O sonho da pequena Manuelle Roque, de 8 anos, de participar do concurso de Rainha Mirim da feira agropecuária Xapuri Rural Show, que ocorrerá no fim de junho, se transformou em transtorno e corrida contra o tempo depois que o profissional contratado para confeccionar o traje, o estilista Jean Calypso, não cumpriu com o combinado, segundo afirma Kécia Nascimento, a mãe da garota.
Kécia e o esposo, Kaíco Roque, que é vereador no município, procuraram o ac24horas para denunciar que Jean Calypso recebeu adiantamento de valores e prometeu a entrega da roupa para o dia 10 de junho passado, o que não ocorreu, obrigando o casal a recorrer de última hora a outro profissional para que a filha não deixasse de participar do evento.
Segundo a mãe, depois de receber o valor de R$ 620 de um total de R$ 800, o estilista pediu mais R$ 100 no dia 5 de junho para a compra de pedras para a confecção do figurino. Ela conta que se negou a adiantar mais dinheiro, justificando que já havia pagado 70% do valor cobrado e que faltavam apenas cinco dias para o vencimento do prazo de entrega.
“No dia 10, quando entrei em contato com ele perguntando a localização do ateliê, para eu ir buscar o traje e fazer o restante do pagamento, ele informou que não havia feito porque eu não havia pagado ele, porque eu estava fazendo do meu jeito e era do jeito dele”, relata Kécia.
Ela acrescenta que depois dessa conversa, Jean a bloqueou no WhatsApp, não entregou o traje e muito menos devolveu o adiantamento feito pelo serviço. A mãe acrescenta que na mesma conversa pediu para que ele entregasse pelo menos o material que alegou ter comprado com os adiantamentos que ela fez, mas não obteve mais resposta.
Procurado pela reportagem, Jean Calypso disse que não entregou o traje porque não recebeu o valor do trabalho contratado na totalidade. Segundo ele, o acordo que fez com Kécia foi de que ela só levaria o traje quando fizesse todo o pagamento.
“Ela não pagou 100%, entendeu? De forma nenhuma, e queria pegar o restante no mesmo dia e levar o traje. E desde o começo eu falei com ela que só levaria o traje se pagar 100%. Então, ela quer passar por cima de um acordo do ateliê. Quem manda no ateliê sou eu, não ela”, afirmou.
Sobre a devolução dos adiantamentos feitos, o estilista disse que está agindo “de acordo com a lei” e que apenas devolverá o valor no prazo de 30 a 90 dias.
Outro caso
Em outro caso, ocorrido no ano passado, a estudante Iasmin Pedrosa, que disputou e venceu o concurso de Rainha do Rodeio, no mesmo evento, afirma que passou por situação semelhante. Ela conta que contratou um traje com Jean, pagou o valor de R$ 1.100 como adiantamento e também não recebeu a roupa nem a devolução do valor.
Na época, foi registrado Boletim de Ocorrência na Delegacia Geral de Polícia de Xapuri a respeito do caso sob a natureza de Estelionato.