O médico e apresentador Fabrício Lemos entrevistou no programa Médico 24 Horas exibido nesta segunda-feira (17), o médico clínico e pós-graduado em geriatria, Marcelo Grando. Durante a conversa, Grando explicou a complexidade de cuidar de pacientes idosos e revelou que parte de seu trabalho é desprescrever medicamentos a pacientes pluripatológicos.
Grando, que desenvolve trabalhos com idosos, explica que a complexidade do atendimento aos mais velhos se dá desde o início, pois os atendimentos costumam ser demorados, o que aperta a agenda. Além disso, a peculiaridade do atendimento exige saber dos tratamentos pregressos e medicamentos já usados.
“Preciso estar atento para não passar medicamentos duplos ou que vão resultar em malefícios mais que benefícios. Tentamos ser o mais racional possível com medicamentos, mas nem sempre conseguimos porque dependemos dos resultados terapêuticos de um paciente que tem muitas doenças. Hoje trabalhamos com muita desprescrição no consultório e isso é uma peculiaridade”, afirmou o médico.
Segundo Marcelo Grando, os avanços tecnológicos têm democratizado informações que podem ajudar a envelhecer, mas é necessário esforço para ter uma vida longa com qualidade de vida. “Tenho idosos quase centenários que estão muito bem, e tenho outros idosos que começaram a terceira idade com muitas doenças. É preciso ter alimentação saudável, atividade física regular, ter diagnósticos precisos das doenças e tratá-las, evitando hábitos tóxicos. Nenhum medicamento é pior do que a doença”, disse.
Ainda de acordo com o Marcelo, a noção de finitude – fim da vida – tem sido melhor conduzida e às vezes até aceito pela população, em comparação com outras épocas, quando falar sobre a morte era ainda mais um tabu. “A finitude, quando é um processo é mais bem aceita, ao contrário de quando uma pessoa falece por um acidente, ou vítima de uma queda, de repente. Chega uma hora em que a gente percebe que tudo o que a medicina fizer vai deixar de trazer benefício, pelo contrário, pode até trazer mais sofrimento. Chega uma hora que a vida segue seu curso natural”, afirmou o médico.
Para saber mais sobre o tratamento de doenças em idosos e tudo sobre terapias injetáveis, veja a entrevista completa: