Um funcionário da produtora que presta serviços para o candidato Tião Bocalom (DEM), identificado como Danilo Diniz, de 27 anos, foi preso na noite de quinta-feira (21), acusado de desacato aos fiscais eleitorais do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), durante a inauguração de um comitê do candidato Francineudo Costa (PV), na rua Campo Grande, bairro João Eduardo.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pelos fiscais eleitorais, eles teriam recebido uma denúncia de propaganda irregular no comitê de campanha. Ao chegarem no local, teriam sido questionados pelos procedimentos que estariam sendo adotados em relação aos carros de som utilizados na campanha do candidato ao governo do Acre, da coligação produzir para Empregar.
Danilo Diniz foi acusado de chamar os servidores do TRE Acre, de “fiscais de merda”. O acusado também teria questionado os servidores do TRE sobre suposta falta de fiscalização nos eventos do Partido dos Trabalhadores (PT), além de insinuar que eles estariam no local a mando do governo do Acre. Após o bate-boca, os fiscais deram voz de prisão ao funcionário da produtora.
Os servidores do TRE Acre afirmam que os prestadores de serviço da campanha de Bocalom, estariam descumprindo a legislação eleitoral, “uma vez que todos os veículos que ali se encontravam estavam parados e com música de propaganda eleitoral, o que é proibido pela legislação eleitoral”. Os fiscais não quiseram se identificar nem falar sobre a prisão, com a equipe de reportagem.
Danilo Diniz foi conduzido à Delegacia de Flagrantes (DEFLA). O candidato ao Senado, Roberto Duarte (PMN) e um dos advogados da coligação estiveram na unidade de polícia. Para Duarte, os fiscais não agiram com o mesmo rigor para impedir que os carros de som que participavam de um bandeiraço do candidato Sebastião Viana (PT), não ficassem parados, no mesmo bairro.
Ao saber do suposto desacato, o candidato Roberto Duarte disse que pediu que Danilo Diniz, se retratasse. “Ele pediu desculpas pelas palavra que falou no calor do momento, só que infelizmente, eles não aceitaram as desculpas. No nosso entendimento não houve desacato. Poderia haver uma ofensa, mas ele se retratou imediatamente, explicando que foi o calor da emoção”, destaca.
Duarte declara ainda que “estranhamente, quando estávamos nos deslocando do centro para Baixada, havia um bandeiraço da Frente Popular, haviam três veículos parados e o som tocando muito alto, mas lá ninguém estava fiscalizando. O próprio TRE, para chegar onde estávamos, passou pelo bandeiraço. Não podemos mais admitir este tipo de abuso por parte de quem quer que seja”.
Os candidatos e militantes da coligação Produzir para Empregar permaneceram da frente da Delegacia de Flagrantes até a liberação de Danilo Diniz. Ele foi liberado após prestar depoimento ao delegado plantonista. Inconformados, os apoiadores de Bocalom protestaram e classificaram a atuação dos fiscais eleitorais, como “perseguição dos donos do poder”.