O secretário-adjunto de governo, Luiz Calixto, foi o responsável por ter o discurso mais duro contra os sindicalistas que afirmaram durante audiência pública na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira, 25, que as facções criminosas dominam os presídios e bairros no Acre. Ele afirmou que os criminosos não dominam os presídios e nenhum bairro no Estado.
“As facções não dominam os presídios. Eles podem estar lá dentro, mas não dominam. Também vi uma declaração que o crime organizado domina o Acre. Eu desconheço isso. Eu tiro por mim, eu sei do perigo que eu corro, mas eu desconheço o bairro que eu não consiga entrar dentro de Rio Branco. Se eu entro, imagina a polícia militar munida de armas, treinadas, porque dominar, é domínio mesmo. A gente ver nas favelas do Rio de Janeiro que entra polícia na hora que eles querem. Aqui não. Me diga qual o bairro que a polícia não entra aqui. Agora que nós temos um câncer que vamos como conviver por muitos anos e que ele não surgiu hoje, e que nem ele vai desaparecer amanhã, mas é muito longe de dominar. Ai quando a imprensa distorce, se é que eu entendi errado. Coloca na boca de um operador de segurança de que os presídios estão dominados pelas facções, de que os bairros de Rio Branco, estão comandados pelas facções, qual é a mensagem que passamos para os operadores de segurança? É de que eles fraquejaram. De que eles não dão conta. Diferentemente de dizer que nós temos, sim, facções nos bairros. Eu moro numa região central que na parte de cima tem gente ligado a facção. Eu até discuto quando as pessoas querem levar o preconceito para determinado bairro. Eu não vou para ali porque é da facção. Conversa!”, disse Calixto.
Calixto reforçou que no Acre tem facções em todos os bairros, mas agora nenhuma dominante. “Eu acho muito temeroso porque conheço parte da nossa imprensa e a palavra dita ela não vota mais. Queria dizer que da parte do governo nós sempre estaremos abertos ao diálogo. A prova de estarmos aqui é uma prova de respeito a Assembleia. Nós sabemos que as audiências públicas colocam o governo numa espécia de paredão, mas nos viemos aqui em respeito e consciente que não fugimos do debate. Problemas nós temos. Muitos! Tudo o que se fizer na segurança pública será pouco, mas eu duvido que alguém diga aqui que a polícia não atendeu uma ocorrência por falta de gasolina, porque saiu do quartel porque não tinha o uniforme adequado. Às vezes a gente tinha um apito. Desmoralizando um comandante da PM entregando apito para ele. Então nós reconhecemos as demandas, nós vamos tratá-las com toda responsabilidade”, frisou.
Calixto ainda afirmou que em seu bairro existem facções, mas que hoje não se ver tiroteios como ocorriam antes. “Hoje em dia se fala das facções, no meu bairro também tem, mas hoje em dia nós vamos caminhar no Ipê sem tiroteio na rotatória. Não vamos estabelecer o caos. Da forma que dissermos que não vivemos no país das maravilhas, mas nós também não vivemos no inferno. Nós temos problemas que são enfrentados. Temos problemas com faccionados, sim, mas a facção não domina nenhum presídio e nenhum bairro. Isso tem que ficar claro”, destacou.