A equipe técnica do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado (Idaf) realizou, no mês de março, uma ação educativa e de monitoramento para a prevenção da monilíase. A iniciativa, que ocorre periodicamente, foi executada ao longo da região do Rio Môa e nas cidades de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves.
Os profissionais percorreram aldeias indígenas, comunidades tradicionais, assentamentos e vilas, alertando a população sobre os principais sintomas e sinais da presença da praga nas plantas de cacau, cupuaçu, cacauí e cupuí, além dos impactos sociais, econômicos e ambientais que a disseminação da monilíase pode causar.
“Percebemos que, com as orientações sobre os sintomas dessa praga nas ruas, mercados, escolas, portos, comunidades, rádios e televisão, estamos conseguindo a cooperação das pessoas para identificação dos focos que vêm sendo notificados ao Idaf”, disse Malena Lima, auditora fiscal estadual agropecuária.
O Idaf, órgão responsável pela defesa agropecuária no estado do Acre, vem realizando os trabalhos de monitoramento, controle e erradicação da praga monilíase do cacaureiro desde 2022. Em 2021 foi encontrado o 1° foco da doença, em Cruzeiro do Sul, na zona urbana, que era coordenada pelo Ministério da Agricultura.
Desde então, o órgão vem conseguindo conter o avanço da praga para outras regiões do Acre e outros estados brasileiros, por meio da fiscalização nas barreiras fitossanitárias, localizadas na BR-364, na divisa entre Cruzeiro do Sul e Tarauacá, onde os condutores são informados sobre a monilíase e seus riscos, evitando que transportem quaisquer frutos, sementes, mudas, exceto as amêndoas de cacau tipo I e II.
“Os veículos vindo da regional Juruá são abordados e, assim, constatamos a diminuição no transporte dos produtos derivados de plantas hospedeiras”, ressalta Altemar Pereira de Lima, coordenador estadual do Programa de Controle e Erradicação da Monilíase.
Resultado da ação
Durante os dez dias de atividade educativa na região do Rio Moa foram percorridos cerca de 530 km entre os rios Moa, Recreio e Azul, com a efetivação de 67 propriedades visitadas e cadastradas, entre comunidades e aldeias indígenas e nenhum foco encontrado.
Já nas cidades de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, onde já foram encontrados focos da monilíase, as atividades foram intensificadas com a realização de uma força-tarefa na tentativa de controle, blitz educativas, atividades de educação sanitárias, de prospecção em propriedades na zona urbana e rural e também trabalho de erradicação, com realização de poda fitossanitária em plantas hospedeiras do fungo.
No período de 13 a 27 de março foram realizadas podas sanitárias em 361 plantas de cupuaçu, 58 de cacau e foram coletados para descarte um total de 1149 frutos de cupuaçu e 225 de cacau, que foram recolhidos ao aterro sanitário, ação necessária para o controle da disseminação da monilíase na região do Juruá.