No Dia Internacional da Mulher, o Boa Conversa, do ac24horas, recebeu e homenageou a jornalista Nilda Dantas, nesta sexta-feira, 8. Nilda Dantas é pioneira do rádio no Acre, poetisa, âncora de TV, atriz, escritora, e intérprete musical. “Um patrimônio do estado”, disse o apresentador Leônidas Badaró.
Ao falar sobre o problema do machismo no ambiente de trabalho, Nilda lembrou o começo da carreira no jornalismo. “Eu era mais mansa, depois aprendi a chutar a lata. No meu teste estavam comigo dois homens [concorrentes]. Eu fui aprovada porque precisavam de uma voz feminina, mas eu substitui uma mulher que foi demitida porque numa entrevista falou ‘mudando de pau pra cacete’. Eu fiquei depois sendo perseguida por esses dois rapazes [concorrentes], inclusive com ligações telefônicas, pelo simples fato de ser mulher. Campos Pereira me ajudou muito com isso, me acolheu. Depois não tinha estúdio pra fazer o programa porque os outros homens da rádio não deixavam eu fazer, passei a ir trabalhar às 4 da manhã, sem receber nada, pra poder continuar”, afirmou, demonstrando a força que precisou ter para continuar na profissão, mas também lembrando que os desafios ainda persistem para a maioria das mulheres ainda hoje.
“Os homens têm medo de mulheres independentes. Essa independência ameaça o costume de mandar do homem, então ser mulher é ousar, romper barreiras, e não ter medo do machismo”, opinou.
Desde 1989 na Difusora Acreana, Nilda Dantas diz que parte da sua alegria de viver vem do trabalho. “Todo dia descubro algo novo. Eu que pesquiso o meu conteúdo e nisso vou fazendo descobertas que me dão vontade de ir adiante”. Já sobre a outra parte da alegria de viver vêm de três outros elementos secretos: “O segredo é cuscuz, sexo e rock and roll”.
Neste sábado, 9, Nilda Dantas fala sobre o preconceito no trabalho, no Museu dos Povos da Floresta, a partir das 14h.
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