O presidente do Serviço de Água e Esgoto do Estado do Acre (Saneacre), José Bestene, rebateu o diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira, quanto à qualidade do processo de reversão da política de Saneamento Básico na Capital. Na última edição deste espaço, Pereira havia relativizado a divisão de tarefas, daquilo que cabia ao Estado e do que seria função do município, sobretudo no que se refere ao serviço de esgoto.
“Para o Governo do Estado, as atribuições estão claras” , avalia Bestene. Ele justifica a afirmação tendo como referência o que diz a oitava cláusula do Termo de Encerramento do Convênio de Cooperação e de Rescisão do Contrato de Programa. “O município e o Saerb obrigam-se, no âmbito de suas respectivas competências, a partir de 1º de janeiro de 2022, por todos os ônus, obrigações e despesas decorrentes da reversão e da reassunção dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário no âmbito do território de Rio Branco” .
Bestene ressalta também que “as únicas obras que se encontram sob responsabilidade do Estado são as que não estavam finalizadas no momento da reversão (…) E que, após finalizadas, o Estado deve entregar ao município para recebimento e operacionalização”.
A pergunta que precisa ser respondida é: com a retomada da execução da política de saneamento básico na Capital por parte da Prefeitura de Rio Branco, como isso impactou o trabalho do recém-criado Saneacre nos outros 21 municípios? A medida retirou a responsabilidade do Estado de garantir acesso à água e à rede de esgotamento para quase metade da população. Alguma agilidade deveria ter sido gerada.
“Temos atuado fortemente em todos os municípios do interior, com ampliação de rede de água, reformas de sedes administrativas para melhorar as condições de trabalho dos nossos colaboradores bem como atender os clientes com maior qualidade”, generalizou Bestene.
Um dos gargalos que o presidente destaca (e que sempre dificulta a eficácia dos órgãos públicos) é a baixa receita. Rio Branco, segundo o presidente do Saneacre, representava cerca de 70% da receita conjunta. “Nesse sentido, o Saneacre tem buscado melhorar a gestão da prestação do serviço no interior, reduzindo as despesas e aumentando a arrecadação”, assegurou. Nas contas de Bestene, ano passado, o Saneacre reduziu em 15% as despesas em relação a 2022. A arrecadação, segundo Bestene, aumentou 25% em relação ao último semestre do ano passado.