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Cheia atinge terras indígenas, destrói plantações e ameaça aldeias no Acre

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Terras Indígenas de pelo menos 5 municípios do Acre estão alagadas. Os indígenas já perderam plantações e tiveram que se deslocar para terras mais altas. As águas, segundo as lideranças, estão ameaçando aldeias inteiras e colocando em risco a vida, a segurança e a subsistência de centenas de famílias.


A situação é preocupante para os povos originários em Cruzeiro do Sul, Marechal Thaumaturgo, Feijó, Tarauacá e Jordão.


A Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ) faz um alerta. Diz que o nível do rio Juruá e seus afluentes estão forçando o deslocamento de pessoas e a mobilização de recursos de emergência.

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As terras indígenas Kuntanawa, Ashaninka e Noke Koi, em Cruzeiro do Sul e Marechal Thaumaturgo, estão em situação preocupante com relação ao transbordamento dos Rios Tejo e Amônia, afluentes do Rio Juruá, bem como os igarapés.


Rivelino Kuntanawa, do povo Kuntanawa em Marechal Thaumaturgo, compartilhou sua preocupação iminente.


“Aqui no nosso território muita chuva também, o rio Juruá está com bastante água, aqui na nossa aldeia já falta pouco para cobrir. A previsão aqui, pelo que a gente já conhece, pode ser uma das maiores alagações,” enfatiza.


Na Aldeia Apiwtxa, na Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, também em Marechal Thaumaturgo, famílias já foram acolhidas em outras áreas mais seguras e roçados atingidos. Wewito Piyãko, presidente da Associação do Povo Ashaninka, Apiwtxa, relatou a situação alarmante.


“Na Apiwtxa, muita chuva, o rio Amônia já está muito cheio e todas as famílias já estão em alerta. Nós da aldeia já estamos preocupados porque na fronteira, lá na comunidade peruana também está chovendo muito ainda e o rio já está cheio. Já tivemos 27 roçados alagados e algumas famílias já deslocadas para áreas mais altas”, pontua.



Edilson Rosas, liderança do povo Noke Koi,os Katukina da BR-364, de Cruzeiro do Sul, descreveu os desafios enfrentados em sua comunidade. “Aqui na região, é muita chuva desde ontem. Aqui na minha terra indígena, como todo mundo sabe, que não tem rio, mas os igarapés estão todos alagados,” relatou.


Em Feijó há possibilidade de várias aldeias serem atingidas pela enchente do Rio Envira. Os Noke Koi do Rio Tauari, na Terra Indígena do Rio Gregório, em Tarauacá, também estão apreensivos com o volume das águas. No Jordão, a aldeia Chico Kurumim e a Nova União, localizadas no Rio Tarauacá, estão com as casas cobertas, obrigando alguns residentes a se deslocarem para áreas mais altas.



Francisco Piyãko, coordenador da OPIRJ, acredita que as inundações são a natureza mandando alertas.


“A natureza está nos mandando um recado, que precisamos cuidar melhor do nosso planeta. Nós, que vivemos em harmonia com a floresta, estamos sofrendo as consequências das mudanças climáticas”, afirma Francisco Piyãko, coordenador da OPIRJ e Liderança do Povo Ashaninka.

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Monitoramento e busca de apoio

O Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Juruá – DSEI ARJ, faz o acompanhamento dos casos, apontando áreas específicas já estão sofrendo com o avanço das águas.


A OPIRJ está monitorando a situação e busca apoio de órgãos competentes para mitigar os efeitos das enchentes nas comunidades indígenas afetadas.


O objetivo é obter apoio efetivo da Fundação Nacional do Índio – FUNAI, Dsei e Secretaria do Estado de Povos Indígenas do Acre, SEPI no monitoramento das enchentes, avaliação dos danos e na implementação de medidas de assistência às comunidades afetadas.


“Reforçamos esse pedido para que possamos trabalhar em união, de forma coordenada e otimizando os esforços”, diz a organização em documento enviado às instituições.


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