Quem acompanha a política local, principalmente pela internet e redes sociais, já sabe que a polêmica da semana foi um pequeno vídeo gravado pelo pré-candidato Alysson Bestene sobre a inexistência da guarda municipal.
As reações foram mais enérgicas que o próprio vídeo. Teve assessor que mobilizou toda a estrutura de sua máquina para encher de comentários negativos. Outros ficaram quietinhos, fingindo não saber do que se tratava.
Quem tem medo da candidatura de Alysson?
Apenas porque Alysson disse que os dois outros pré-candidatos ficaram 10 anos sentados na cadeira de prefeito, mas não tiraram a guarda municipal do papel. Mas afinal, o que Alysson disse é verdade? É.
Então, por que tanto barulho?
“Ah, porque ele foi agressivo com os outros pré-candidatos”.
Não, não foi. Alysson poderia ter dito, mas sequer citou o nome das excelências em questão. E política é o momento de mostrar as diferenças: o que cada um fez ou deixou de fazer.
É uma eleição para prefeito, não para Papa.
“Hum, mas ele está antecipando os temas da campanha”.
Ora, a política faz parte do dia a dia da população de Rio Branco. Afinal, é o cidadão quem enfrenta rua esburacada, pega ônibus atrasado e paga imposto na fé de que tudo melhore. Para o morador de Rio Branco interessa muito saber sobre o que cada um fez, não fez ou propõe fazer para melhorar a vida da cidade. Discutir política, portanto, não é pecado.
Nesse momento, tão importante quanto ver as reações é saber as razões por trás delas.
Há uma má vontade imensa nos bastidores políticos contra a candidatura de Alysson e isso pode ser provado nas manchetes da mídia que foram sendo derrubadas: primeiro que Alysson não seria pré-candidato. A oficialização foi feita com uma grande demonstração de união do partido em torno do seu nome. Depois, falou-se que Alysson não contaria com o empenho do governador. Pois agora, na TV em alto e bom som lá está o governador ao lado de Alysson para tirar qualquer dúvida sobre o seu apoio.
Agora chegamos ao absurdo ridículo de atacarem Alysson apenas porque ele disse o que os outros não fizeram e apresentou… uma proposta!
Isso não pode?
Para os “grandões” não pode não. E por um motivo muito simples: para o grupo de Marcus Alexandre interessa que a disputa seja contra um Bocalom, cuja aprovação popular está em baixa. E para Bocalom, a esperança é que, com as novas obras prometidas desde sempre e a força do funcionalismo municipal, ele consiga ao menos levar a disputa para um segundo turno e aí tentar trazer pelo beiço o apoio do governador e sua bancada.
Como se vê, apoiadores de Marcus e Bocalom têm muito claro os seus interesses.
E no final, ainda vão dizer que o errado é o Alysson que defendeu a criação de uma Guarda Municipal porque esse é o interesse do povo.
É disso que se trata.