Uma audiência pública realizada na Câmara dos Vereadores na manhã desta segunda-feira, 4, tratou da fragilidade da segurança pública com representantes da sociedade civil e entidades do governo e município de Rio Branco. O secretário de Justiça e Segurança Pública do Acre, José Américo de Souza Gaia, um dos convidados, não compareceu ao encontro.
Na tribuna, o taxista Assis Machado, representante da categoria, revelou que ele e seus companheiros de trabalho estão à mercê da própria sorte, tendo, inclusive, que pagar mensalidade para facções criminosas. “Se não pagar, eles [taxistas] não entram, se não entrarem, não levam o sustento para casa e vão passar necessidades”, disse, reclamando do sistema de segurança do estado e município.
O presidente do sindicato dos mototaxistas do Acre, Humberto da Silva, disse que a indignação é em relação à falta de segurança para a categoria. “Queremos melhorar, pois está atrapalhando o trabalho”, revelou.
O sindicalista alegou que há dificuldade para trabalhar em período noturno. “A partir das 20 horas já não entramos em certos bairros. A violência está em todo canto porque a gente não sabe o que está havendo”.
Na audiência proposta pelos vereadores João Marcos Luz e N. Lima, o representante dos bairros de Rio Branco, Evandro Guedes
, contou que nos últimos 13 anos já nasceram mais de 140 mil pessoas. Nesse período, segundo ele, as forças de segurança perderam força no combate à violência.
Além disso, Guedes defendeu a ronda ostensiva na cidade pela Polícia Civil. “A solução é a volta da Polícia Civil fazendo a ronda ostensiva nos bairros juntamente com a Polícia Militar. A Polícia Civil antigamente, as pessoas tinham medo, hoje não tem mais. A população está à mercê da sorte, as famílias ficam em casa e bandidos nas ruas”, pontuou.
O vereador João Marcos Luz lamentou a falta de um representante do governo na audiência e cobrou melhorias pelo poder público. “Temos que cobrar políticas públicas e uma segurança eficiente para os moradores de Rio Branco”, ressaltou.
O vereador N Lima, do Progressistas, cobrou da gestão do governador Gladson Cameli o plano de segurança pública do Acre. “É lamentável que o governo não tenha mandado representante aqui nessa audiência”, questionou.
O promotor de segurança pública do Ministério Público, Rodrigo Curti, frisou que os índices de segurança mostram bons resultados, onde o poder judiciário e as polícias estão atuando bastante, contudo, reconheceu a sensação de insegurança. “A polícia prende, mas como nós estamos devolvendo essas pessoas à sociedade?”, questionou cobrando políticas públicas nos 22 municípios acreanos.
O chefe do gabinete militar da prefeitura de Rio Branco, coronel Ezequiel Bino, também reconheceu a sensação de insegurança no Acre, contudo, elogiou a atuação dos órgãos de segurança no combate ao crime.
Bino disse ainda que o conselho de segurança do município deverá dar soluções para melhorar a sensação de segurança da população da capital. “Vamos dar boa contribuição e já pedimos emendas ao fundo de segurança”, declarou.
O ac24horas procurou a secretaria de segurança para indagar sobre a falta do representante da pasta na audiência, mas até a publicação deste material, não obteve resposta. A Câmara Municipal informou que não recebeu justificativa sobre a falta do secretário.