A vice-prefeita de Río Branco, Marfisa Galvão (PSD), foi a entrevistada do Bar do Vaz nesta quarta-feira, 1°, e contou detalhes do seu desgaste com o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (Progressistas), que começou há cerca de um ano e piorou com a demissão de sua ex-chefe de gabinete, Mariah Valentina no fim de 2022.
Galvão destacou que na gestão do prefeito houve uma reforma administrativa onde poderia ser solucionado o problema de equiparação de salários dos servidores, porém, as suas reivindicações não foram acatadas pela gestão e acabou culminando na demissão da sua servidora. “Na prefeitura eu já venho dialogando a algum tempo. Houve a reforma onde teve aumento de recursos e já vinha falando que as pessoas iriam ter o salário equiparado. A Mariah era chefe da vice-prefeita e ela tinha boa relação com os presidentes de bairros. Eu estava satisfeita e o gabinete da vice-prefeita estava funcionando. Ela tem família. Ele se comprometeu a viajar e depois falar disso, mas não tocou mais no assunto”, comentou.
Marfisa disse ao jornalista Roberto Vaz que existem supostos funcionários fantasmas atuando na gestão. Além disso, a gestora contou que apesar dos problemas com Bocalom, ela continua pregando respeito ao chefe do executivo municipal. “Foi lotada uma pessoa com CEC 7, às vezes, tem gente que nunca aparece. Eu não sei, eu fico impossibilitada de trabalhar. Eu gosto de respeitar o ser humano, todos nós temos direito de ser qualquer coisa. Ele é mais de direita”, mencionou.
A vice desabafou que em 2021 foi surpreendida com o desconto de dois dias de trabalho na folha de pagamento, mas, ela disse que tinha feito acúmulo de horas que não justificavam a decisão. “Eu fazia hora extra, pegava direto na hora do almoço, a gente foi acumulando hora extra. Fiz um relatório e apresentei ao prefeito e ele disse que cargo público não tinha isso. O prefeito não bate ponto, segundo ele, ele manda descontar do salário dele quando falta”, disse.
No decorrer da entrevista, Galvão afirmou que Bocalom já anunciou sua candidatura ao Senado da República – causando desgaste com Petecão, seu padrinho político de 2020. De acordo com a vice, o comportamento do prefeito atrapalha Petecão e, inclusive, a vice-governadora Mailza Gomes. “Ele fala a todos que tem a vontade de ser senador, já comunicou aos aliados. Não acho justo, na política quem demanda a carreira política é a população, então é muito cedo e isso afasta as lideranças para a reeleição. O Bocalom poderia ser mais grato sim, no discurso ele diz que é candidato e atrapalha um trabalho da Mailza e do Petecão. Ele [Petecão] nunca quis apoiá-lo, mas eu sempre quis e acreditei e defendi. Na campanha ele entrou de verdade e está muito decepcionado”, revelou.
Falando das eleições, Marfisa deixou claro que não será vice de Bocalom e garantiu que a população está insatisfeita com o trabalho realizado pela prefeitura da capital. “Eu sou uma pessoa que sou muito obediente a população, mas eu tenho dois anos e vou cumprir. No futuro daqui a dois anos, eu não sou candidata a vice na chapa, já comuniquei a todos. A gente sente uma insatisfação da população. Às vezes a pessoa só quer ouvir as pessoas. A gente tenta passar nas reuniões, mas é difícil”, ressaltou.
A gestora disse que acha difícil a prefeitura realizar a construção das mais de mil casas em apenas um dia. “É possível, mas ele precisava estar com todas as esferas empenhadas nessa causa. Quando você não ouve o grupo, é difícil”, opinou.
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