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Bêbado não é só quem se intoxica com bebida alcoólica. É que também está em estado de atordoamento. Exemplo: estou bêbado de insatisfação. Esse deve ser o estado de Luciano Hulk, Angélica e milhares que pagaram caro para ir ao Itaquerão ver a pífia atuação do Brasil no primeiro jogo da Copa do Mundo. Mas quanto vale as vaias e os palavrões dessa gente à presidente Dilma presente ao estádio?
Apenas reforça o complexo de vira-lata que vivemos. A mídia internacional, que tenta equilibrar a cobertura do Mundial entre as mazelas do País, o lado bom do Brasil e o esporte número um do mundo, deve estar pensando que somos sem vergonha, sem classe. Um verdadeiro vira-lata, mesmo que a demonstração tenha vindo do lado belga da nossa Belíndia (um país de desigualdades imensas que resulta da conjunção da Bélgica com a Índia).
Esse mesmo pessoal deve ter aplaudido muito a apresentação da Claudia Leitte, Pitbull e Jennifer Lopez – músicos do cast da Sony, uma das seis patrocinadoras globais da Fifa – que cantaram uma música horrível. No Brasil rico musicalmente (e reconhecido no mundo por isso), merecíamos coisa muito melhor, mais envolvente, inesquecível. Mas como somos vira-lata, isso serve.
Na Copa organizado pela Belíndia, Neymar foi o destaque da primeira partida. Fez bem na fraca Croácia, assim como bateu um bolão contra o Panamá. Que venha o México, aquele que anulou o nosso craque brasileiro e não permitiu há dois anos de ficarmos com o tão sonhado ouro olímpico.
Embriagados, muitos torcedores não devem ter visto o pênalti mal marcado a favor do Brasil nem a atuação ruim do time. Vaiariam (bêbados) se o juizão não tivesse visto a falta (que não houve) dentro da área. Também vaiariam a seleção se não conseguisse um resultado positivo na sua primeira apresentação na Copa.
Mas essa vaia é a que vale. É a vaia do imprevisível futebol, do torcedor comum, do brasileiro que com dureza paga sua cerveja e que alguns deles até conseguiram comprar ingresso para o Mundial. Uma pena que as vaias dos indianos não chegam aos ouvidos dos belgas, mas preocupados em manter o establishment, mesmo que isso represente ser mal educado na frente dos outros.