O convidado do programa Bar do Vaz desta quarta-feira, 19, foi o advogado que está completando 30 anos de carreira, Odilardo Marques. Conhecido por atuar dentro do campo político, ele revelou mágoas e bastidores do que viveu nos últimos anos em torno da advocacia eleitoral e também fora dela.
Nas eleições de 2022, assessorou juridicamente a campanha de Sérgio Petecão (PSD), que concorreu ao cargo de governador do Acre. “Meu ingresso na vida política foi muito em apoio a movimentos sociais. No começo da carreira muitas coisas foram feitas no 0800”, disse ao jornalista Roberto Vaz.
Marques falou sobre quando esteve com um pé dentro do Tribunal como desembargador, mas, por decisão do governador à época, Sebastião Viana, que pertencia ao partido que ele ajudou juridicamente por décadas, o PT, não entrou. “No primeiro instante me causou uma certa mágoa. Passei pelo primeiro critério técnico jurídico, depois passei por outra seleção do Tribunal de Justiça e, quando chegou na indicação [do governador], não passei”.
Ele afirma que nunca optou por fazer qualquer interferência junto ao governador da época para que fosse indicado. “No último momento foi livre escolha dele. No primeiro momento, no íntimo, me doeu, mas deixei o barco rolar”.
Odilardo se considera um advogado vocacionado. “Somatizo muito a dor de quem estou lidando. Não vejo minha advocacia só com o lado mercantil. Às vezes a causa me move muito mais do que um eventual lucro”, afirma.
Para ele, a área eleitoral é a que mais lhe causou e causa problemas. “Em 19 anos de PT, nunca tive cargo nenhum no governo. Nunca cheguei para Binho, Jorge ou Sebastião pedindo cargo”, comentou, destacando que nunca foi filiado a partido nenhum.
Chegando aos 30 anos de carreira, ele diz que o importante é que seus princípios nunca foram abandonados. “O que me dá ânimo ainda é que, enquanto houver injustiça social, estarei lutando”. Odilardo prefere não discutir política fora do trabalho, mas comenta o que pode ter prejudicado a campanha de Petecão neste ano. “No começo, ficou muito ligado à prefeitura, e existia uma rejeição muito grande em relação ao prefeito. Depois, alguns de seus candidatos proporcionais estavam trabalhando para a campanha de Gladson, segundo informações que chegaram para ele. Nesse caso, o primeiro passo é expulsar do partido e, se necessário, até cassação de mandato”.