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Após intensa queda de braço entre setores do PT pela superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), enfim foi publicada na edição desta quinta (29) do “Diário Oficial da União” a nomeação do novo chefe do órgão no Acre; trata-se do professor universitário Reginaldo Ferreira da Silva, 49, cuja indicação partiu da tendência Democracia Socialista (DS), que domina em Brasília a presidência do Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Doutor em ciência pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ferreira é professor da Universidade Federal do Acre (Ufac) onde se graduou, em 1997, em engenharia agrônoma. Antes de ingressar na academia foi funcionário da Emater por mais de 20 anos.
Possui larga experiência com o setor o qual conduzirá no Estado: a reforma agrária. Durante nove anos morou em três diferentes projetos de assentamento do Incra ainda na década de 1980. Sua trajetória sempre esteve ligada ao setor rural, sendo um dos primeiros alunos formados no então Colégio Agrícola, hoje a Escola da Floresta.
Este currículo credencia Reginaldo Ferreira a conduzir um dos principais entraves no Acre que é o assentamento de famílias sem-terra. Apesar de as invasões de propriedade e conflitos agrários com enfrentamentos entre jagunços e posseiros não ser uma das marcas no Estado, o Incra é criticado pela morosidade nos assentamentos de famílias.
A escolha de Ferreira passou diretamente pela análise do ministro Miguel Rossetto e o presidente nacional do Incra, Carlos Mário Guedes. Reginaldo Ferreira sobreviveu em meio a muitos interesses políticos pelo cargo. O deputado federal Sibá Machado (PT) era um dos maiores interessados. Tinha como indicação o ex-prefeito de Porto Acre, Zé Maria (PT), que deixou o cargo com salários atrasados e dívidas na prefeitura.
Com a repercussão negativa de Zé Maria, Sibá voltou atrás e indicou um nome ficha-limpa. Era o coordenador de regularização fundiária, Antônio José Braña. Depois de renunciar à superintendência para concorrer às eleições deste ano, Idézio Frank tentava emplacar seu sucessor com o nome de um servidor da casa.
O conceituado currículo de formação acadêmica mais a experiência em projetos de reforma agrária, acabaram, no final das contas, pesando na escolha da cúpula do órgão em Brasília, não permitindo que interesses escusos por trás de fins eleitoreiros colocassem o Incra/AC para atender interesses particulares, mas da coletividade.