Acompanhado de secretários municipais e assessores, o prefeito de Mâncio Lima, Isaac Lima, prestigiou nesta segunda-feira, 18, a abertura da 4ª Edição do Festival Atsa Puyanawa, na Terra Indígena do Barão, que não era realizado há dois anos por conta da pandemia de Covid-19.
O evento, que tem apoio da Prefeitura de Mâncio Lima, prossegue até a próxima sexta-feira, 22, e a programação inclui banho de igarapé com medicinas para limpeza do corpo, pintura corporal, rodada de caiçuma, vendas de artesanatos, comidas tradicionais, cerimônia espiritual, caminhada na floresta, contação de histórias tradicionais, danças e apresentações. O objetivo é resgatar as tradições do povo indígena.
Os Puyanawas
Os Puyanawa sofreram, assim como muitos povos do Acre, com o crescimento das atividades extrativas da borracha e do caucho na região no início do século 20. Desde os primeiros contatos com os não-índios, muitos morreram em confrontos ou por doenças adquiridas neste processo.
No início do século 20, os Puyanawa habitavam as cabeceiras dos afluentes do baixo rio Moa. Depois do contato com os não-índios, foram forçados a viver nas terras que pertenciam a um importante fazendeiro da região, o coronel Mâncio Agostinho Rodrigues Lima.
Os sobreviventes foram forçados a trabalhar nos seringais e viram rapidamente o seu modo de vida ser ceifado em decorrência dos métodos utilizados pelos “coronéis da borracha” para ter os índios sob seu jugo. Os Puyanawa foram expropriados de suas terras, catequizados e educados em escolas que proibiam a expressão de qualquer traço de sua cultura.
Somente com o início do processo de demarcação de seu território, a cultura Puyanawa voltou a ser valorizada pelos próprios índios que têm se esforçado para retomar sua língua nativa, tarefa que realizam com dificuldade, tendo em vista o reduzido número de falantes.
Atualmente, eles vivem em duas aldeias, Barão do Rio Branco e Ipiranga, situadas no município de Mâncio Lima, no Acre. A principal via de acesso é a estrada, que é trafegável durante todo o ano. A distância entre a sede da colocação Ipiranga e a cidade de Mâncio Lima é de 28 km. A outra opção de acesso à terra é através do rio Moa.