Luciano Tavares,
da redação de ac24horas
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Nos últimos dias a chuva tem caído forte em Rio Branco. Repentinamente o rio Acre se agigantou, ganhou força e faz sofrer dezenas de famílias que moram em áreas baixas na capital do Acre.
Mas os estragos da fúria das águas não aconteceu apenas na cidade. Pequenos agricultores dos seringais Liberdade, Colibri, Quixadá e Catuaba contabilizam prejuízos.
O produtor Rural Agemiro Mendes, morador no seringal Liberdade está entre os colonos “ribeirinhos” que perderam toda produção agrícola depois desta cheia do rio Acre.
Situação igual é vivida pelo aposentado Henrique Pereira da Silva, 78 anos, que junto com a sua esposa Maria do Carmo, 67 e filhos, trabalharam num roçado com a finalidade de comercializar macaxeira, abóbora, batata e milho. Mas tudo se perdeu com a enchente. “Perdi o equivalente a cem sacas. Um prejuízo de quase três mil reais” calcula o aposentado, mostrando emocionado o que foi destruído pela água do rio.
Sua esposa, dona Maria do Carmo, também lamenta as perdas, porque a maior parte da produção seria comercializada agora e o dinheiro serviria para o sustento da família. “Mas tudo foi de água abaixo”, acrescenta.
Dona Ducarmo reclama do poder público e lembra que no ano passado eles também foram atingidos pela enchente, o governo federal prometeu uma ajuda para os produtores atingidos, mas até hoje ela não recebeu esse dinheiro.
O mesmo diz seu Agemiro, o personagem do começo da reportagem. “Prometeram uma ajuda financeira para os alagados, mas nunca a gente recebeu esse benefício”, reclama. Seu Agemiro, diferente do vizinho, o senhor Henrique, não é aposentado. É autônomo e vive só da produção. Para salvar a parte da plantação ainda não atingida pela água, teve que mobilizar filhos, amigos e vizinhos. “Mas mesmo assim perdi umas oitenta sacas de mandioca, abóbora e batata”, diz.
Antônio Lisboa Soares, morador na região conhecida com Catuaba é outro que perdeu quase toda plantação de mandioca. “Perdi umas duzentas sacas, fora o milho”, lamenta.
Ao longo do rio, produtores rurais ficam às suas margens, vigiando a plantação. Sabem que as águas estão subindo e um esforço a mais pode ajudar salvar o que plantaram. As vezes funciona, mas desta vez não: “foi tudo muito rápido”, lamenta.