Para simbolizar gente merecida, que gosta de fazer os outros de besta, que sempre exige contrapartida e tratamento muito superior à sua efetiva contribuição, já li e escutei de vários “filósofos” de Facebook a seguinte afirmação: “Fulano entra na festa com uma caixinha de cerveja popular e das mais baratas, mas na hora que vai ao freezer só escolhe a melhor que foi trazida pelos outros”.
Excetuando a metáfora contida na frase, não citarei o nome de marcas porque não tenho preconceito contra nenhuma delas, pois estando geladas e, preferencialmente, no fator 0800, bebo Heineken, passando por Belco, indo até Baduweiser e outras mais. Na vida real é assim mesmo. Nem sempre o esforço corresponde ao valor.
Na política, então, nem se fala.
Tenho o maior respeito pelos comunistas acreanos, mesmo não sendo estes tão comunistas como Karl Marx sonhava. Entretanto, já escutei petistas do Acre reclamarem da formalização da federação partidária com o PCdoB e com o PV. Vale observar que os comunistas acreanos sempre foram os aliados mais fiéis aos governos petistas, mas são tratados, injustamente, como “ bicões”.
Na contabilidade eleitoral deles, o PCdoB e o PV entrarão no isopor que conservará o coeficiente eleitoral da federação com menos votos que os petistas, mas sairão das urnas com mais parlamentares eleitos.
De uma situação na qual não totalizariam sequer o mínimo de votos, o PCdoB poderá manter sua bancada, tanto da Câmara Federal quanto na Assembleia.
Para tornar este modesto texto mais culto, vou me agarrar a uma frase em latim: ceteris paribus, ou seja, tudo o mais permanecendo constante, o PT que lute para eleger o segundo deputado federal, posto que a primeira vaga dificilmente deixará de ser da Perpétua Almeida.
Outro caso emblemático, envolve o recém fundado partido União Brasil, agremiação cujo fundo partidário nacional para esta eleição gira em torno de R$ 1 bilhão. Sentiu o drama? Só 1 bilhãozinho.
Veja bem: o Acre é um dos poucos Estados brasileiros no qual a bilionária legenda tem chances reais de eleger um senador. No momento atual, o deputado federal Alan Rick disputa “pau a pau” a dianteira das pesquisas com a sua colega Jessica Sales, do MDB.
Ocorre que o presidente estadual da legenda de Alan, defende com unhas e dentes a candidatura de outro partido, no caso o PL. Uma verdadeira e inexplicável obsessão.
Voltando para metáfora das cervejas. O PL entrará com uma cerveja que dá dor de cabeça e é muito ruim de venda no mercado, mas, em compensação, quer se embriagar no freezer abastecido pelo cobiçado dinheiro União Brasil.
E mais: ao final da festa, ainda quer levar uma vasilha com a metade do bolo e dos brigadeiros da festa, com a eleição de deputados federais do PL e do Republicanos.
Entretanto, a direção nacional do partido de Alan já abriu os olhos para saber como é mesmo essa história de plantar capim guiné pra boi de outros partido abanar rabo.
O União Brasil não quer ser apenas o patrocinador da farra.
Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas.com