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Quem cala, consente

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O mínimo que se espera de um candidato a governador é que este conheça, minimamente, a situação financeira do Estado que irá gerenciar para, de posse dos dados disponíveis, fazer seus compromissos ou promessas eleitorais com responsabilidade.


Sabendo antecipadamente o tamanho e as despesas da prole, o casamento com a viúva tem mais chances de êxito.


Não há espaços para aventuras de neófitos e discursos simplistas de uma nota só, do tipo “dinheiro tem, o que falta é gestão”.

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Escrevo isto para poder comentar sobre o silêncio sepulcral dos pretendentes ao lugar de Gladson Cameli verificado durante o doloroso processo de negociação do reajuste salarial.


Observem que o ex-governador Jorge Viana, o senador Sérgio Petecão e a deputada federal Mara Rocha optaram pelo silêncio obsequioso sobre um delicado tema. Nenhum deles se arriscou em dar opinião a respeito.


A exceção ficou por conta do deputado estadual Jenilson Lopes, que subscreveu uma emenda flagrantemente inconstitucional apenas para agradar a galera sindical.


Estranho essa mudez, isso porque, em tese, os maiores beneficiários dos votos movidos pela vingança da insatisfação serão exatamente capitalizados por estes. O esperado, então, seria que todos se esgoelassem indicando qual o percentual de reajuste possível e cabível no orçamento e que deixasse todos os funcionários alegres, contentes e sorridentes.


E por qual razão os prováveis candidatos ficaram calados como toucinho em saco? A resposta é simples: parte por desconhecimento das contas e parte por consentimento.


No fundo, aqueles que têm alguma intimidade com as receitas e despesas sabem que não há margem para percentual maior. A expectativa de crescimento das receitas é diretamente vinculada ao desempenho da atividade econômica do país e as previsões não são alvissareiras.


Ao considerar suas chances reais de reeleição, o governador Gladson Cameli não se afoitou em colocar a corda no próprio pescoço. Não haveria razão para culpar ninguém pelo desastre nas contas públicas posto que ele será seu próprio sucessor.


Da parte dos sindicatos estes estão fazendo apenas o que deve ser feito: pedir o máximo, até além daquilo que é possível. A responsabilidade deles se resume em reivindicar. Honrar o pagamento são outros quinhentos.


Óbvio, que parcela significativa dos funcionários públicos, mesmo sem estar satisfeita com os valores e índices concedidos, compreende a distância abissal entre a vontade e a possibilidade do governo.


Insisto não haver nenhuma razão para ser negado algo melhor, salvo as barreiras impostas pela possibilidade financeira do Estado e pelas rédeas da Lei de Responsabilidade Fiscal.


Qualquer deslize ou ato mal calculado enguiçará o motor que mantém a economia e as famílias acreanas em movimento e com vida: o pagamento em dia.



Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras  no ac24horas.com

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