Tempo de eleições é tempo também de boataria. E têm alguns boatos que de tanto serem repetidos começam a tomar feição de “verdade”. As pessoas passam a acreditar numa invencionice como se tivesse alguma conexão com a realidade. Esse é o caso de uma suposta pesquisa, a qual ninguém nunca viu e nem foi publicada, que coloca o pré-candidato Tião Bocalom (DEM) a frente dos demais candidatos. No começo dos boatos sobre essa “pesquisa fantasma” ele estava a frente de Márcio Bittar (PSDB), agora, já lidera a corrida ao Palácio Rio Branco, estando a frente do candidato à reeleição Tião Viana (PT). O único problema é que ninguém tem acesso aos números. Não tem registro no TRE, ou seja, pura invenção pré-eleitoral. Se eu tiver errado que publiquem a tal pesquisa (atual) que vou me retratar com a maior humildade.
O extremo do absurdo
A situação é tão absurda que recentemente fui entrevistado num programa de TV e o apresentador se referiu a tal pesquisa. Como é possível isso? Será que há uma insanidade coletiva? Ou as pessoas querem acreditar em qualquer coisa?
Pondo os pingos nos “is”
Uma pesquisa para poder ser divulgada tem que ter registro no TRE. Além disso, a sua metodologia tem que ser apresentada. Se a pesquisa tiver aberrações matemáticas o instituto que a produziu irá responder a processo por falsidade ideológica. Mesmo no caso de conseguir o registro.
Só para os bestas
O que vi foi uma publicação de uma pesquisa no Face, que não sei se tem registro no TRE, postada por um dos assessores de Bocalom. Os municípios onde foram apresentados os questionários eram Acrelândia, Bujari e Xapuri. Não sei se tinha mais um ou dois, mas Rio Branco e Cruzeiro do Sul os dois maiores colégios eleitorais do Acre não constavam. Coincidência, né?
Não confundir as bolas
Uma coisa é uma “pesquisa” feita no Estado para captar uma tendência de votos. Outra completamente diferente é uma “enquete” feita num meio de comunicação ou em determinadas áreas sem uma metodologia estatística.
Questão de credibilidade
Outra coisa que me lembro da publicação é que o Instituto, me parece que era de Rondônia. Mas não era o DataFolha com certeza. Depois de acompanhar cinco eleições no Acre também não me venham com o Ibope que errou todas as sondagens no Estado.
O passado te condena
Alguns veículos de comunicação, no pleito de 2010, publicaram pesquisas não registradas que colocavam o então candidato ao Senado Edvaldo Magalhães (PC do B) a frente de Petecão (PSD). A maioria pagou multas acima de R$ 50 mil reais.
Enganando a si próprio
Não adianta candidatos contratarem pesquisas feita por institutos que vão maquiar os números. A realidade sempre contrapõe a ilusão. Isso foi o que vi nas mais recentes eleições do Estado. Achar que está na frente ilusoriamente é um tiro no pé.
A hora de cuidar da vida
O jogo eleitoral já começou. Ao invés dos candidatos perderem tempo com boataria que se concentrem em preparar as suas campanhas. Dediquem-se as pesquisas qualitativas para poderem apresentar um programa de governo. Ainda não é a hora das pesquisas quantitativas.
A bem da verdade
Não tenho nada contra nenhuma das três candidaturas ao Governo. Só que como analista político quero comentar pesquisas reais. Não adianta o governador Tião Viana (PT) dizer que tem 90% de aprovação popular, o Bocalom (DEM) sugerir que está a frente e o Bittar (PSDB) retrucar. Pra mim vale o escrito, publicado e aprovado. O resto é balela, pura especulação para enganar os incautos.
A hora do TRE
O Tribunal que fiscaliza as eleições deveria tomar providências urgentes em relação a essas “pesquisas fantasmas”. Verificar metodologia, credibilidade do instituto e veracidade dos números. E punir severamente as “falsidades”.
Questão de lógica
Por falar em pesquisas o Data Control confirmou aquilo que a maioria já sabia. Que os prefeitos Vagner Sales (PMDB) de Cruzeiro do Sul e, Marcus Alexandre (PT) de Rio Branco são os que têm as gestões melhores avaliadas no Estado
Os dois principais eleitores
A coluna cansou de falar que os dois prefeitos também serão os dois principais eleitores de Márcio Bittar (PSDB) e Tião Viana (PT). Tanto que Marcus vai coordenar em Rio Branco a campanha de Viana e Vagner coordenará no Juruá a de Bittar.
Sem prioridade
Na reunião estratégica do PT, no último final de semana, uma fonte me revelou que os candidatos proporcionais à reeleição não terão vantagens sobre os demais. Vai ser mesmo na base da briga de foice no escuro. Quem pode mais chora menos.
Uma dentro
Sou contra o exagero das sessões solenes na Aleac. Algumas servem para falar do sexo dos anjos. Mas a quê aconteceu nessa quarta, 21, para homenagear o Centenário do escritor acreano J.G. de Araújo Jorge, foi justa.
Povo não quer só comida…
Nascido em Tarauacá, J. G. de Araújo Jorge além de escritor preocupado com as causas sociais foi parlamentar. A sua literatura ultrapassou e muito as fronteiras do Acre. Ele consta das páginas da história literária brasileira. Quem sugeriu a sessão foi o também bom escritor e deputado Moisés Diniz (PC do B). Acho importante um espaço da política como a Aleac se abrir também para a cultura. Afinal os heróis de um povo não são aqueles que pegaram em armas ou que fizeram discursos políticos relevantes. A cultura, sobretudo, a literatura pode contribuir e muito para a formação social dos acreanos. Despertar o interesse dos mais jovens pelas letras, em tempos de comunicação instantânea com a internet e as redes sociais, é louvável. A escrita e a leitura são bases sólidas para a formação cultural de uma população.
