As recentes operações da Polícia Federal no Acre, tendo como alvo o governador Gladson Cameli e parte do seu staff, agregadas aos recentes números de pesquisas internas, movimentam o Partido dos Trabalhadores (PT), que já admite uma candidatura do ex-prefeito Marcus Alexandre para o governo do Acre em 2022. Por ironia do destino, Marcus enfrentaria o seu carrasco, que em 2018 venceu a disputa no primeiro turno. À época, Gladson teve 222.993 votos contra 144.071 de Marcus.
Na avaliação de lideranças do partido, em 2022 pode acontecer com Gladson o mesmo efeito de 2018, quando os eleitores colocaram fim nas pretensões do PT. Apesar da rejeição baixa, Marcus Alexandre foi vencido pela onda “PT nunca mais”. Agora, prevendo um desgaste de Gladson Cameli, militantes se enfileiram para voltar a balançar a bandeira vermelha.
Mais profissional do que antes, o ex-senador Jorge Viana toma a linha de frente e articula debates internos para a definição da formação da chapa petista para o próximo ano. Ele também contratou um instituto de pesquisas – de Brasilia – para avaliar os prováveis candidatos ao governo.
Entre os militantes, a opinião é quase unanime: Marcus Alexandre para governador e Jorge Viana para o senado.
Procurado pelo ac24horas para comentar sobre o assunto, Marcus foi econômico nas palavras: “Sou pretenso candidato a uma vaga de deputado estadual”. Segundo ele, “o foco é ajudar o candidato majoritário do partido – Jorge Viana – que deve tentar uma eleição para o senado ou quem sabe para o governo”.
Mesmo evitando falar de política por questões éticas, uma vez desempenha função administrativa no Tribunal de Justiça do Acre, Marcus se posicionou sobre as operações da Polícia Federal no Acre, que tiveram como alvo o governador Gladson Cameli.
“Acho complicado essa situação. Eu já fui vítima disso e não antecipo julgamento. Em 2017 tive meu nome envolvido em denúncias e antes do desfecho das investigações já estavam me condenando. No decorrer do processo, provei minha inocência, mas minha imagem ficou arranhada. É preciso respeitar as famílias e deixar que a justiça faça o seu trabalho. Só depois da conclusão do inquérito é que devemos emitir uma opinião”, disse. E por fim, argumentou: “mas somos homens públicos e devemos estar preparados para os osbstáculos. Tudo passa…”
O ex-prefeito fez questão de mandar uma mensagem para o vice-governador Major Rocha, que passa por problemas de saúde: “eu torço para que o Rocha se restabeleça urgentemente e com saúde possa continuar sua carreira política. Nossas indiferenças são políticas e nas minhas orações tenho pedido que Deus interceda e o cure”.
Depois das declarações, Marcus pediu licença e informou que voltaria para o quintal da casa, onde ajudava a esposa Gicélia a cuidar do jardim.