Menu

Pesquisar
Close this search box.

Gladson Cameli recebeu R$ 1 milhão em depósitos bancários

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

Dezembro de 2021 vai se encerrando como o mês mais complicado da vida política do governador Gladson Cameli, alvo da operação Ptolomeu, desencadeada pela Polícia Federal recentemente, que tem como objetivo desarticular organização criminosa envolvendo ilícitos de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à cúpula do Governo do Estado do Acre. Iniciada no último 16, a ação policial foi autorizada pela Ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que culminou no cumprimento de buscas e apreensões nas casas e escritórios do governador Gladson Cameli e de seu pai, o empresário Eládio Cameli. Atendendo pedido da PF, a justiça decidiu afastar o secretário da Indústria e tio do governador, Anderson Lima, o chefe de gabinete militar Amarildo Martins, e a Coordenadora de gabinete do governador, Rosângela Gama, esta última presa na semana passada por tentar obstruir a investigação ao não entregar o telefone celular aos policiais federais.


De acordo com os autos do processo que tramita em segredo de justiça, cujo trechos foram “vazados” em grupos de WhatsApp, a investigação da Policia Federal identificou um grupo criminoso, controlado por empresários e agentes políticos ligados ao Poder Executivo estadual acreano, que atuavam no desvio de recursos públicos, bem como na realização de atos de ocultação da origem e destino dos valores subtraídos.


Segundo o documento, entre os empresários alvos da investigação estão Acrinaldo Ferreira Pontes, dono da Adim Construtora, e Rudilei Souza, suplente de deputado federal mais conhecido como Rudilei Estrela, apontado como principal alvo da operação. Estrela foi preso por nove dias e foi solto no último final de semana após cumprimento de prisão temporária.

Anúncio


O STJ determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 7 milhões nas contas dos investigados, além do sequestro de veículos de luxo adquiridos com o proveito dos supostos crimes. O grupo teria movimentado mais de R$ 800 milhões, segundo denúncias.


De acordo com trechos que teriam sido extraídos do inquérito e vazados nos grupos de WhatsApp, entre agosto de 2018, no auge da campanha eleitoral, até novembro de 2021, o governador do Acre recebeu R$ 956 mil em depósitos em espécie em contas bancárias de sua titularidade. Em uma análise restrita ao ano de 2021, em um curto período de 8 meses, o chefe do Palácio Rio Branco recebeu R$353 mil em depósitos em espécie em suas contas bancárias. Esses dados, segundo constam, seria de um relatório do Coaf – Conselho de Controle de Atividades Financeiras.



Outro ponto relevante do trecho extraído dos autos do suposto processo AJCRIM/STJ/LMA Nº 2519/2021 condiz com os gastos com cartão de crédito do governador em sua conta do Banco do Brasil que, no período de 21/10/2018 a 16/10/2019, totalizaram R$ 825 mil. A investigação aponta ainda que o chefe do Poder Executivo concentrou gastos com cartão de crédito nos bancos BRB e Bradesco, sendo que três faturas nominais à Gladson Cameli, nos valores de R$ 45.000,00, R$ 45.507,23 e R$ 35.559,70, foram objeto de pagamento e tentativa de pagamento em espécie perante as instituições financeiras por meio de diferentes pessoas, inclusive um policial militar do Distrito Federal.


De acordo com as investigações da polícia federal, o governador foi beneficiário de diversos financiamentos de veículos de luxo no ano de 2019, quando já exercia o mandato político, com diferença substancial de valor em relação ao praticado no mercado, além de que, desde sua posse no cargo público, adquiriu em seu próprio nome oito veículos, cujos valores somados alcançam R$ 1,8 milhão, e um veículo BMW X4, no valor de R$ 537.067,00, em nome de sua esposa.


Diz o documento que o Relatório de Análise de Polícia Judiciária identificou que, em março de 2020, o Governador adquiriu um lote de aproximadamente 900 m², no Condomínio Recanto Verde, com valor de mercado em torno de R$750 mil, estando atualmente em construção de uma casa de grande porte em estágio avançado.


O levantamento policial chegou à conclusão de que Gladson Cameli possui um patrimônio atual de R$ 5,8 milhões, em rápida e ascendente evolução patrimonial desde a assunção do mandato político de governador, já que seu patrimônio declarado em 2018 perante o TSE era de R$ 2,9 milhões.


O OUTRO LADO


Ao tomar conhecimento dos trechos do suposto inquérito que tomaram conta dos grupos de WhatsApp, o ac24horas procurou o governador que afirmou que toda a sua movimentação financeira tem origem garantida. Ele afirmou que não teve acesso ao inquérito, e que soube de algumas informações porque também leu pelas redes sociais. “Não tive acesso a isso – inquérito – ainda. Só sei o que está rolando nas redes. Não sei se é verídico de fato”, disse ao confirmar que mensalmente gasta, em médica, R$ 45 mil em despesas com cartões de créditos.


Mesmo diante do turbilhão de denúncias, Gladson demostra tranquilidade ao responder os questionamentos da reportagem. Segundo ele, todo o dinheiro que circulou em suas contas bancárias é oriundo das empresas que é sócio com pai. “Tudo tem origem. Tô muito tranquilo em relação a essa situação tributária minha, de gasto, porque tenho origem em todos os pagamentos que foram feitos em espécie ou depósito bancário”, explicou.


Mesmo insistindo que desconhece o teor do inquérito o governador falou sobre um suposto enriquecimento ilícito, já que seu patrimônio quase dobrou nos últimos três anos. “É claro que meu patrimônio aumento e vai saltar mais, porque qualquer bem, qualquer coisa, um carro que comprei por R$ 80 mil tá valendo R$ 180 mil. O avião que era R$ 1,5 milhão, tá valendo R$ 3 milhões”.


Sobre os informes e trechos da investigação que circulam nas redes sociais, Cameli voltou a reforçar que não sabe se é verídico.

Anúncio


 


 


 


 


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido