Os trabalhadores da saúde municipal da segunda maior cidade do Acre, Cruzeiro do Sul, acabam de marcar para o próximo dia 10 de agosto o início de uma paralisação dos serviços com indicativo de greve. O movimento grevista alega perda salarial, suspensão do pagamento do Auxílio Covid-19, falta de segurança sanitária para atuar em meio à pandemia e denuncia ainda falta de medicamentos e insumos nas unidades de saúde para atender a população.
Liderados pelo núcleo do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre – Sintesac, os funcionários citam falta de Equipamentos de Proteção Individual – EPIs, de insumos para realização de exames, de material para curativos e de medicamentos como analgésicos e antibióticos. Afirmam também que faltam seringas para vacinação infantil nas unidades de saúde, sendo necessário recorrer à maternidade de Cruzeiro do Sul para obter o material.
De acordo com eles, itens como máscaras faciais descartáveis são compradas pelos próprios servidores. “Os funcionários estão atendendo pacientes com Covid-19 sem máscaras adequadas. E quem quiser se proteger que compre a sua porque o município não fornece”, conta Venilson Sombra, representante do Sintesac de Cruzeiro do Sul.
A categoria destaca que o “Auxílio-Covid” foi repassado somente por cerca de três meses à categoria nas gestões dos ex-prefeitos Ilderlei Cordeiro e Clodoaldo Rodrigues e que Zequinha Lima nunca pagou.
O secretário de Articulação Institucional da prefeitura de Cruzeiro do Sul, José Maria Freitas, disse que ficou surpreso com o indicativo de greve pois a prefeitura recebeu os representantes de 3 sindicatos de trabalhadores da saúde municipal na semana passada e iniciou negociações . Quanto ao Auxílio Covid 19, Zé Maria cita que o valor repassado pelo governo federal para essa finalidade foi irrisório.
“Nós ficamos surpresos com essa decisão de greve porque a gestão do prefeito Zequinha estava no início do diálogo com os sindicatos, com quem tivemos uma única reunião. Estamos buscando formas de atender as reivindicações da categoria”, assegura.
Quanto aos equipamentos de proteção para os servidores e medicamentos nas unidades de saúde, Zé Maria destaca que os itens estão sendo adquiridos e entregues.
Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias não vão aderir a greve
O representante de 328 Agentes Comunitárias de Saúde e de Endemias, Jairo Benites, afirma que as duas categorias não vão aderir à paralisação e grave. “Nós estamos negociando com a prefeitura, nossa recondução a letra certa na nossa tabela e também vamos receber o retroativo com relação ao nosso piso salarial nacional. Teremos uma nova reunião no dia 20 agora para detalhar tudo”, explica.