“Deputado que retira nome da CPI da Educação é inimigo dos trabalhadores”, foi assim que a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (SINTEAC) emitiu uma nota pública em que repudia, veementemente, a decisão do deputado Fagner Calegário (Podemos) de retirar a sua assinatura do requerimento de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Educação (CPI da Educação) que tem como objetivo apurar as irregularidades cometidas na Secretaria Estadual de Educação.
De acordo com a presidente do sindicato, Rosana Nascimento, o processo investigatório em curso tinha a missão de apurar o superfaturamento do fornecimento da merenda escolar, a aquisição de cestas básicas destinadas às famílias dos alunos em situação de vulnerabilidade social da rede pública e o pagamento antecipado de aquisição de computadores destinados às escolas da rede pública.
“A sinalização da atual gestão da SEE de manter o pagamento em dia das empresas terceirizadas, foi suficiente para trair os pares na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), que atendendo o nosso apelo colheu as assinaturas suficientes para instalação da Comissão”, escreveu.
A direção do Sinteac ponderou que a CPI estava comprometida com a sociedade acreana, para identificar os responsáveis pelos desvios dos recursos do Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e de Valorização dos Profissionais da Educação (VDP), para que fossem punidos e, assim, ocorresse a devolução dos recursos à Secretaria Estadual de Educação (SEE).
“Queremos que os recursos possam ser destinados ao pagamento da folha de pagamento e manutenção das escolas dos filhos da classe trabalhadora que estão à mercê da própria sorte desde a chegada da pandemia.
Lamentamos que o parlamentar que se dizia defensor dos trabalhadores da educação ignore as investigações das operações “Trojan” e “Pratos Limpos”, que resultaram na comprovação de irregularidades cometidas por servidores em cargos de chefia na Secretaria Estadual de Educação (SEE)”.
O sindicato relembrou os escândalos de corrupção, onde a primeira investigação das autoridades policiais desmontou um esquema de uma empresa de Informática que tinha recebido antecipado a quantia de R$ 2,4 milhões, para fornecimento de 2 mil computadores, enquanto o segundo caso, desmantelou um esquema que movimentou a quantia de 3,2 milhões para o fornecimento de 41 mil cestas básicas, negociadas ao preço de R$ 94,54 a unidade.