Por José Adriano
O estado do Acre necessitava intensificar o planejamento de seu futuro. Se assim não fizesse, estaria correndo sérios riscos de continuar com sua população vulnerável social e economicamente. Era urgente definir um norte, um ponto de chegada e, principalmente, planejar como fazer para chegar lá. Definir os caminhos a percorrer, pois quem planeja às vezes erra, quem não planeja, às vezes acerta.
Foi com essa consciência que um grupo de empreendedores criou o “Fórum Permanente de Desenvolvimento do Estado do Acre”, hoje rebatizado como “Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre”. Cujo objetivo básico foi, exatamente, a criação de uma agenda do desenvolvimento para o estado, que acontecesse de forma participativa e com verdadeiro engajamento de todos. Acreditava-se que somente a forma participativa faria com que as pessoas entregassem suas valiosas contribuições para a formação do pensamento coletivo em busca de um bem maior comum. E assim ocorreu.
As lideranças empresariais iniciaram o processo de sensibilização/mobilização e, pouco a pouco, a sociedade organizada respondeu. Organizaram-se debates, conduzidos com apoio de “Câmaras Técnicas” e de um “Observatório do Desenvolvimento” criado no âmbito do Fórum, sempre considerando aspectos técnicos específicos de cada tema tratado. A participação de especialistas foi incentivada e, ao longo de toda a jornada, um grande volume de conhecimento foi agregado às propostas que surgiam dando forma às pautas estratégicas que foram priorizadas. O resultado de todo o processo foi que hoje podemos, sim, dizer que sabemos onde queremos chegar, e como. Temos claro os caminhos a serem seguidos.
Esse esforço está sintetizado no documento, recentemente publicado, chamado “Rotas do Desenvolvimento – 2020”. Nessas “rotas” estão contidas toda a sistematização dos debates e iniciativas encaminhadas ao longo dos últimos anos, e representam, como sinalizado, os caminhos para a adoção de medidas dinamizadoras capazes de produzir resultados efetivamente tangíveis, que poderão elevar o estado do Acre para outro estágio de crescimento e desenvolvimento econômico e social sustentável.
A sociedade definiu e priorizou cadeias produtivas estratégicas, consideradas como portadoras de oportunidades para investimentos no Acre que poderão levar o estado ao futuro definido e desejado. Essas cadeias representam as nossas “Rotas do Desenvolvimento”, os caminhos que poderão nos conduzir para onde precisamos e queremos chegar.
Agronegócio, Construção Civil, Tecnologia e inovação, Economia Criativa e Turismo são as “Rotas do Desenvolvimento” definidas de forma participativa pela sociedade. São nesses “caminhos” que as forças devem ser somadas e concentradas. A efetivação de iniciativas buscando a incorporação da inovação e difusão de tecnologias; a promoção de atração de investimentos; a introdução de novas práticas de negócios inerentes a todos os processos dessas cadeias, entre outras medidas, certamente irão impulsionar a competitividade e alavancar o crescimento socioeconômico, tornando o Acre mais atrativo.
Muitas iniciativas já se encontram em fase de implementação em cada “rota”, e seus legados já começam a se consolidar. Outras ainda buscam a articulação e o estabelecimento de novos projetos estruturantes.
Mesmo com todos os percalços provocados pela crise mundial agravada pela pandemia que assolou o mundo, o “Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre” não parou suas atividades e liderou a construção do nosso “mapa do percurso”. Um instrumento que, sem dúvidas, representará um divisor de águas do processo de desenvolvimento econômico social de nosso estado.
José Adriano é presidente do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Estado do Acre e da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC)