O Conselho Regional de Medicina do Acre quer garantir por meio da justiça que médicos que não fazem parte do quadro do INTO possam entrar no local para fazer visitas sociais onde estão internados pacientes com Covid-19.
Na última quarta-feira, 24, o CRM impetrou Mandado de Segurança na Justiça Federal com pedido de liminar requerendo o não impedimento para as visitas.
O CRM agiu contra a empresa Mediall, que administra o Hospital, porque no último dia 18, um médico, que não trabalha no INTO, mesmo tendo tentado agendar o acesso, só teria conseguido entrar na unidade após acionar representantes do Ministério Público, Poder Judiciário e do próprio CRM. Outros fatos dessa natureza também teriam ocorrido.
“Destacamos que, diante do agravamento da pandemia, a presença de mais médicos em unidade hospitalar deve ser considerada como reforço ao trabalho, pois, o médico deve buscar, dentro dos limites éticos, a melhor opção de tratamento e de diagnóstico do paciente. A presença do médico jamais poderá ser considerada como um obstáculo para o atendimento clínico de qualquer paciente, sobretudo, de pacientes críticos de COVID-19”, destaca o pedido do Conselho à justiça acreana.
INTO nega o fato e diz que CRM foi extremado
A empresa Mediall Brasil que gerencia o INTO e o diretor da unidade, médico Oswaldo Leal afirmam que em momento algum impediram a entrada de médicos e que não receberam nenhum Mandado de Segurança do judiciário do acreano, impetrado pelo Conselho Regional de Medicina – CRM.
Ressalta que segue a normativa organizacional e sanitária da SESACRE com especial atenção tendo em vista tratar-se de Unidade de Saúde destinada ao tratamento exclusivo da COVID-19. Destaca o risco real e concreto de contaminação de visitantes e reitera que têm recebido e atendido todas as solicitações por parte dos médicos que demandam por visitas sociais ou profissionais, pedindo apenas que comuniquem com alguma antecedência para que providenciem os Equipamentos de Proteção Individual necessário.
Osvaldo Leal, considerou extremada a medida tomada pelo Conselho Regional de Medicina, tendo em vista que o referido médico, que acionou o Conselho teve acesso duas vezes a unidade hospitalar, sendo que em uma delas, ele nem sequer teria comunicado ou agendado a visita.
Leal diz receber com estranheza a adoção de medida extremada que não encontra lastro na postura de diálogo e mediação mantida pelo CRM até o presente.
“Especialmente porquê em nenhum momento foi dada oportunidade de esclarecimento à outra parte envolvida no fato, o diretor clínico do INTO, que também é médico. Mantemos o compromisso assumido e registrado em plenária deste CRM/AC devidamente documentada e arquivada em vídeo, com o acolhimento e atendimento oportuno das demandas de colegas médicos que não compõem o corpo clínico nesta unidade dentro dos mais elevados preceitos éticos que regulam o exercício da medicina”, cita Osvaldo Leal.