Um morador da zona rural do município de Plácido de Castro, nas imediações do km 74 da AC-40, testemunhou neste fim de semana uma cena que ele diz jamais ter visto na vida. Ao se dirigir a uma pescaria na manhã de sábado (13), Ruan Vítor se deparou com cerca de cinco macacos agonizando com um mal desconhecido.
De acordo com relato enviado ao ac24horas, três dos animais já estavam agonizando no chão e outros dois estavam “bambeando” nas árvores próximas. O produtor rural disse que os animais aparentavam ter dificuldades respiratórias e não apresentavam marcas de mordidas ou de ferimentos à bala.
Ruan Vítor disse ainda que tentou ajudar um dos animais que estavam no chão, mas se afastou em seguida por temor de alguma doença que pudesse ser transmitida a humanos. Segundo ele, todos os animais, popularmente conhecidos como capelão ou guariba, ainda estavam vivos quando ele deixou o local.
“Os três que estavam no chão tinham o mesmo sintoma aparentemente respiratório, como você pode ver no vídeo feito por mim. Até tentei ajudar, dando uma olhada para ver se tinha alguma mordida ou furada de bala, mas para minha surpresa todos sem perfurações e com falta de ar”, disse o morador.
Informado do assunto, o coordenador de Educação em Saúde e Comunicação Social do Instituto de Defesa Animal e Florestal do Acre (Idaf), Everton Arruda, repassou o caso para a médica veterinária do Núcleo de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), Seleucia Nóbrega.
De acordo com a profissional, a Sesacre, por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde e do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Acre (CIEVS), já está tomando providências a respeito da morte dos animais, a começar pela localização da propriedade para fins de investigação local e coleta de material.
“Já tomamos conhecimento do caso dos macacos no município de Plácido de Castro e estamos tomando providências que o caso requer. Estamos tentando entrar em contato com o senhor Ruan para maiores esclarecimentos, pois precisamos saber a localização certa para agilizarmos nosso trabalho de investigação”, informou.
A respeito das possíveis causas da situação em que os macacos se encontravam quando foram filmados pelo produtor, ela pediu que sejam aguardados maiores detalhes para a divulgação de informações mais embasadas tecnicamente a respeito do assunto com o fim que sejam evitadas notícias equivocadas sobre o fato.
Já na noite deste domingo (14), o produtor rural confirmou a morte de um dos macacos e disse que no local havia ossadas de outros primatas. Diante do fato novo, a médica veterinária Seleucia Nóbrega disse que vai manter contato com a vigilância epidemiológica do município de Plácido de Castro nesta segunda-feira (15) para iniciar as investigações pertinentes.
“Caso seja necessário, também nos faremos presentes para auxiliar o município na execução das ações e das estratégias de vigilância, visando principalmente coletar dados para identificar oportuna e precocemente o risco real de ser uma zoonose e assim a vigilância possa intervir com ações de prevenção e controle”, concluiu.