Imagine se você precisasse do governo para fazer as suas necessidades fisiológicas. Ao imaginar, considere que mais de uma centena de acrianos não só dependem, como também estão há vários dias à espera da regularização do serviço de fornecimento de uma bolsa que funciona na drenagem fecal.
São pacientes que sofreram uma intervenção cirúrgica conhecida como colostomia – realizada quando a parte inferior do intestino grosso, ânus ou reto encontra-se incapaz de funcionar normalmente. É o caso de Lídia Shicovski, 72 anos, que desde 2005 precisa das bolsas.
De acordo com a servidora pública Sandra Shicovski, filha de Lídia, há oito meses que o fornecimento das bolsas pelo Governo do Estado encontra-se deficitário, transtornando a vida dos pacientes que necessitam do material.
A reportagem do ac24horas esteve na tarde desta quinta-feira, 15, na Fundação Hospitalar do Estado do Acre – Fundacre – e confirmou, não há uma única bolsa para oferecer aos pacientes. A enfermeira Vânia Ferreira, responsável pelo setor de entrega, afirma que este ano as bolsas não têm chegado na quantidade e regularidade devida, algo que ocasiona as faltas do produto.
O gerente de Almoxarifado da Fundacre, Benjamin Amorin, diz que um pedido de 1.400 unidades (quantidade que atende a necessidade de um mês) foi efetivado no dia 09 de setembro e que a empresa Hospfar Indústria e Comércio de Produtos Hospitalares, com sede em Goiânia – GO –, teria o prazo de até 15 dias para apresentar o material.
Amorin afirma que houve recursos de empresas que perderam o processo licitatório do produto e por isso há um atraso na regularização da situação. As empresas vencedoras devem fornecer as bolsas durante um ano, mas dependem de solicitações mensais que são feitas pelo Almoxarifado da Fundacre.
Difícil é a situação dos pacientes de colostomia, principalmente os mais carentes, que não podem controlar suas necessidades fisiológicas até que o tramite burocrático se resolva.
Edmilson Alves, para ac24horas
