O afastamento do delegado-geral de Polícia Civil, Henrique Maciel, ainda não foi oficializado, mas nos bastidores da segurança pública a informação que circula é que a denuncia protocolada por um agente de polícia na Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Patrimônio, do Ministério Público do Acre (MPAC), o acusando pela prática de “rachadinha”, seria apenas a ponta do iceberg.
O fato é que Henrique nunca foi unanimidade entre os seus colegas delegados. Na concepção de forças dentro da polícia, ele era visto como policial do “baixo clero” e todos estranharam o fato de ele ser conduzido a chefia da PC pelo governador Gladson Cameli, influenciado pelo vice-governador Major Rocha.
Maciel sempre sofreu uma série de investidas de seus próprios colegas e problemas internos foram enfrentados nesse pouco mais de 1 ano e meio em frente a gestão da Polícia Civil, mas um fator preponderante teria influenciado ainda mais a sua saída: o suposto cabo de guerra que ele travava com o secretário de segurança, coronel Paulo Cézar.
De acordo com interlocutores da Sejusp, Paulo Cézar supostamente estaria fazendo um processo de “fritura” de Henrique para o governador Gladson Cameli. Aliás, Paulo foi escolhido por Rocha para o cargo de secretário e como o vice-governador vem perdendo força dentro da segurança pública, resolveu ficar ainda mais próximo do chefe do Palácio Rio Branco.
A reportagem apurou que Henrique Maciel teria ciência da suposta situação de “fritura” tanto por parte do secretário quanto de seus colegas. Circula a informação que Henrique, nos últimos tempos, não vinha atendendo as demandas de Paulo Cézar. Não se sabe que demandas seriam essas, mas isso também teria influenciado no desgaste da relação dos dois, principalmente depois que o secretário disse para o chefe da Polícia Civil que ele teria sido responsável por sua escolha na PC.
O secretário de segurança, Paulo Cézar, foi procurado pela reportagem para se manifestar a cerca do assunto e negou qualquer inimizade sua com o Henrique. “Essa situação não existe. Eu e o Henrique somos amigos, eu o ajudei na polícia. Existe um alinhamento dele com as forças de segurança e o relacionamento é o melhor possível. Quem cria esse tipo de situação, quer inflamar. Se ele chegar a sair da polícia não é por esse tipo de motivo, de contenda entre eu e ele’, disse o secretário, enfatizando apenas que aguarda decisão do governador com relação a situação do chefe de polícia. “Eu não sou o dono do Diário Oficial, estou no aguardo de ordens superiores”, resumiu o gestor da segurança. Questionado se o delegado Josemar Portes seria o substituto de Henrique, o coronel evitou falar. “Esse tipo de escolha é do governador, eu não me meto nisso”.
O ac24horas tentou contato com o delegado Henrique que não atendeu às ligações. O espaço segue aberto caso ele queira se manifestar.