Os profissionais do Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, que estão trabalhando na linha de frente do tratamento de pacientes com Covid-19, não vão receber o auxílio de R$ 450 durante três meses, cujo governo do Acre irá destinar aos servidores da área da saúde e segurança.
Médicos, enfermeiros e técnicos que atuam na unidade hospitalar de Cruzeiro do Sul são contratados pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), Associação Nossa Senhora da Saúde – Anssau, que presta serviço ao governo por meio de contrato. A Oscip é administrada por religiosas.
A situação gerou revolta entre os colaboradores do Hospital do Juruá. A enfermeira Aline Silva, que já foi contaminada pelo coronavírus e após se curar voltou ao trabalho, escreveu em seu perfil no Facebook que ela e seus colegas estão esgotados e se sentindo injustiçados por não terem direito ao auxílio.
“Tiramos plantões de 12 horas, temos que ficar longe de nossos familiares pelo perigo da contaminação. Muitos são infectados como eu fui. Estamos na linha de frente e queremos respeito e valorização.Essa nota é de indignação sim porque até a segurança vai receber o auxílio e nós não. Pedimos apoio da sociedade e reconhecimento”, escreveu.
A enfermeira Aline Silva não publicou o valor do salário pago aos enfermeiros do Hospital do Juruá. Já os técnicos de enfermagem recebem R$ 1.041. A secretaria Estadual de Saúde – SESACRE, informou por meio da assessoria de comunicação que não há viabilidade jurídica para estender o auxílio para os colaboradores do Hospital do Juruá, que não são servidores públicos.
De acordo com o órgão, a assessora jurídica Virgínia Medim esclareceu que “eles não possuem vínculo com o estado. São contratados pela Anssau e o benefício é restrito aos servidores públicos”. A equipe que atua na linha de frente de pacientes com Covid-19 no Instituto de Traumatologia e Ortopedia – INTO, também não receberão o auxílio de R$ 450.