Os estados da região Norte e Nordeste tinham os piores índices na distribuição de profissionais de saúde, leitos e ventiladores mecânicos por habitantes em dezembro de 2019. A pior situação na distribuição de médicos é no Maranhão, com 80 profissionais por 100 mil habitantes, seguido do Pará, Amapá, Acre e Amazonas. As regiões Norte e Nordeste também apresentaram as situações mais críticas na distribuição de UTIs, com Piauí e Amazonas liderando, com sete leitos intensivos por 100 mil habitantes; Acre e Amapá, cinco; e Roraima, quatro.
Os dados são de uma pesquisa do IBGE divulgada nesta quinta-feira. São novas informações que o instituto disponibiliza para apoio nas políticas de combate à pandemia da Covid-19. A pesquisa teve como base o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde 2019 e o estudo Regiões de Influência das Cidades 2018, e inclui dados das redes pública e privada.
O estudo também destacou que o Nordeste tem oito regiões com mais de 200 mil habitantes sem nenhum leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em dezembro de 2019.
Quanto à existência de respiradores, os piores índices estavam no Amapá, com 10 ventiladores mecânicos para 100 mil habitantes; Piauí e Maranhão, com 13; Alagoas, 15; e Acre, 16.
Os números revelam um abismo do acesso ao direito à saúde nas diferentes regiões do país. A unidade da federação com os melhores índices é o Distrito Federal. O DF tinha 338 médicos e 198 enfermeiros por 100 mil habitantes. Em relação a distribuição de leitos de UTI, havia 30 leitos de Unidade de Terapia Intensiva por 100 mil habitantes e 62 respiradores em dezembro de 2019.
O gerente de Geografia do IBGE, Cayo de Oliveira Franco, avalia a situação crítica de Manaus, no Amazonas, uma das primeiras cidades a ter o sistema de saúde colapsado com a demanda dos casos de coronavírus. A capital tinha pouco mais de nove leitos de UTI e 27 respiradores para cada 100 mil habitantes em dezembro.
O especialista destaca ainda que os dados trazem informações importantes para uma atuação integrada nesse momento de crise.
A pesquisa também mostrou a prevalência da população idosa no território nacional com base no censo de 2010. Enquanto o estado do Amapá possuía apenas 5,11% de sua população com mais de 60 anos, os Estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul tinham mais de 13% da população nesta faixa etária.