O Acre teve média de 21 dias do ano passado com níveis de poluição acima do limite diário recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a concentração de material particulado (PM). Com base nos dados de 30 sensores instalados em 22 municípios do Estado do Acre para o monitoramento da qualidade do ar, durante o período de junho a dezembro de 2019, pesquisadores estimaram que houve uma alta exposição da população do sudoeste da Amazônia com partículas poluentes do ar.
Assis Brasil e Sena Madureira apresentaram a pior média: 32 dias altamente poluídos. Em seguida veio Brasiléia (30 dias); Epitaciolândia (28 dias); Porto Acre (28 dias); Santa Rosa do Purus (26 dias) e Bujari (25 dias). As que tiveram melhor condição do ar foram Cruzeiro do Sul, com média de 3 dias com poluentes acima do aceitável; Mâncio Lima (3 dias), Tarauacá (3 dias), Porto Walter (1 dia).
O Relatório Executivo de Monitoramento da Qualidade do Ar em 2019 no Estado do Acre, publicado neste mês de abril de 2020, traz os dados e um alerta preocupante: “Podemos inferir que há uma grande probabilidade que esse cenário se repita na estação seca de 2020, que associado a crise gerada pelo Covid, irá colocar uma pressão ainda maior no Sistema de Saúde Estadual e Municipal”, diz o relatório da pesquisa.
O estudo contou com apoio da pesquisadora Liana Anderson, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Na Amazônia, a principal poluição do ar é originada pelas queimadas para limpeza de áreas recém desmatadas, ou reforma de pastagens e áreas de agricultura anual.
Os estudos foram coordenados pelo pesquisador Antonio Willian Flores de Melo, da Universidade Federal do Acre, em parceria com diversas instituições de pesquisas, órgãos públicos e prefeituras.
No relatório, foram quantificados os dias em que a qualidade do ar violou os padrões estabelecidos pela OMS, em cada um dos 22 municípios monitorados no Acre.
O Relatório Executivo de Monitoramento da Qualidade do ar em 2019 no Estado do Acre está disponibilizado na plataforma do Research Gate, no endereço: