Valterlucio Bessa Campelo
Nos visita estes dias (28 e 29), realizando algumas palestras no Acre (ALEAC, SEBRAE e UNINORTE), o eminente climatologista, Professor, Dr. Luis Carlos Molion que, contra a corrente pseudocientífica do Intergovernamental Painel Climate Change – IPCC e da mídia mundialmente encabrestada pelo politicamente correto, há anos vem nos abrindo os olhos para que não entremos de cabeça na seita do aquecimento global antropogênico (AGA) que, se não é completamente surtada como a garota sueca Greta Tundberg, é flagrantemente intere$$ada como Al Gore, George Soros e seus prepostos nos corredores da ONU.
Tenho amigos do grupo aquecimentista que simplesmente se negam a comparecer a qualquer evento desse tipo. Tem quem não vá só pra “não dar ibope” ao palestrante, outros, para não serem vistos naquele ambiente “obscuro”. Me fazem lembrar um velho brocado que diz “se você não ouve os dois lados, não se pode dizer bem informado”. Como em 99,9% dos casos, apenas se ouve, lê ou vê, o lado dos alarmistas, embora haja milhares de cientistas, artigos, entrevistas e vídeos contrários à seita AGA, penso que ouvir o Dr. Luis Carlos Molion seja praticamente uma obrigação para qualquer interessado na questão climática em que estamos todos enfiados até o pescoço, queiramos ou não.
Não sou climatologista. Mas quem disse que Al Gore é? Ou George Soros? Ou os ambientalistas tupiniquins da Globonews? Marina Silva é? Não se trata de debates para especialistas em clima (embora também se discuta o clima em seus princípios mais sólidos), mas para políticos, lideres, jornalistas, estudantes, professores, empresários, pessoas do povo, enfim, para uma população que a cada dia se sente mais em pânico com as trombetas do apocalipse tocada pela ONU em todos os canais.
O Dr. Molion, este sim, especialista no estudo do clima, costuma chamar a atenção para os enormes buracos metodológicos na pseudociência que nos alarma com a cantilena de que as emissões de gases do efeito estufa, provocadas pelo homem, aquecerá o planeta a níveis insuportáveis e, portanto, estamos todos ferrados no curto prazo. A não ser que paremos todas as máquinas e sejamos todos veganos, como já demonstrei em texto recente nesta coluna quando referi à fraude da pegada ecológica.
Nesta terça-feira (26), a ONU saiu com uma notícia de arrepiar. Valha-me Deus! gritou a beata. Segundo o relatório, o troço azedou de vez, as temperaturas globais subirão até 3,9ºC até o ano de 2.100, ao invés de 2,0ºC como se pensava, causando catástrofes diluvianas. Por conta disso, os cortes das emissões deverão aumentar cinco vezes. É como o mundo todo passar a viver como Serra Leoa, menos, é claro, os caras da religião, digo, da ONU. O autor do relatório, John Christensen, quase nos mandou comer capim no escuro como forma de sobreviver.
Ocorre, de um lado, que este alarmismo NÃO SE SUSTENTA à luz da ciência como demonstra claramente, em linguagem acessível, o Dr. Molion e, de outro, mais profundo, que se trata mesmo é do velho malthusianismo restaurado pelos donos do mundo, com base na sobrecarga humana sobre a terra, ou, em outras palavras, na afirmação já proferida por eles próprios, de que desse jeito não vai ter vaga pra todo mundo na nave terra. Se continuar no atual nível de consumo, muita gente vai descer em alguma estação inundada. Advinha quem sobra, ou em que vagão irão os pobres da África, Ásia, India, América do Sul…
Ouvir Molion, assim como Ricardo Felício e outros grandes cientistas céticos brasileiros é, no mínimo, abrir os olhos para ver o outro lado da coisa. Aliás, recomendo a todos verem o filme contraponto a “Uma verdade inconveniente” que em 2006 deu um Oscar e muito dinheiro a Al Gore, embora contenha 9 erros crassos reconhecidos pela Corte Britânica. Como documentário, deveria ter o Oscar cassado. O filme que sugiro, The Great Global Warming Swindle (A Grande Fraude do Aquecimento Global), com legenda em português, é um documentário produzido pelo britânico Martin Durkin, foi lançado em 2007 e pode ser visto na internet gratuitamente. Se passaram 12 anos e estamos na mesma, só se ouve um lado da história. Duvido que algum professor passe este filme na sala de aula sem ser chamado de negacionista, de maluco, de devastador, de criminoso.
Há mesmo uma luta surda, que não aparece na mídia e da qual só tomam conhecimento aqueles realmente interessados. Da mesma forma que querem calar quem pensa fora da caixinha politicamente correta em termos de ideologia de gênero, por exemplo, ou em relação às cotas, ou ao aborto, impondo uma agenda de via única para a humanidade, a ONU e seus próceres, ONG’s e governos interditam qualquer debate sobre o aquecimento global antropogênico que, assim, se transformou em seita. Os cientistas crentes (eles existem) engajados na seita AGA aproveitam e obtém financiamento a granel para suas pesquisas, artigos, livros, tudo que valha um assento na calçada da fama ou no verbete “construção de um mundo melhor para as gerações futuras”, de preferência com aumento de salários, cargos e oportunidades na carreira.
Quase todos os dias somos inundados de notícias como essa de terça-feira última, que aos poucos vão gerando pânico e, ao mesmo tempo, normalizando as restrições que nós mesmos nos impomos. Bisonhamente dizemos “tem razão, realmente é preciso impedir a agropecuária na Amazônia, senão o planeta esquenta”. Uma ova! exclamariam nossos próprios neurônios se não estivessem também contagiados com a mensagem diária, com os pronunciamentos hipócritas de nossos políticos, com a vassalagem da imprensa. Até o Papa se transformou em garoto propaganda da nova igreja secular – a seita do aquecimento global antropogênico.
Então, é importante que aqui no Acre, onde durante décadas só um tipo de água mole deu na pedra dura, oportunidades como a de ouvir Molion não sejam perdidas e que sirvam para uma reflexão madura, para um pensar menos encaixotado, menos subordinado. Na pior das hipóteses, haverá mais luz sobre um tema crucial da vida moderna, o que não é pouco.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às sextas-feiras no ac24horas. Excepcionalmente, hoje.