O núcleo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac) em Xapuri cobrou, em uma nota divulgada em sua página no Facebook, o posicionamento dos deputados estaduais Antônio Pedro (DEM) e Manoel Moraes (PSB) sobre a proposta de Reforma da Previdência encaminhada pelo governo à Assembleia Legislativa.
Os dois parlamentares possuem base eleitoral no município de Xapuri e não teriam, segundo núcleo do Sinteac no município, se pronunciado a respeito da intenção do governo de extinguir direitos dos trabalhadores, como regra de transição, licença-prêmio, auxílio funeral, sexta-parte e pensão por morte, entre outros.
“O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Xapuri vem através deste solicitar o pronunciamento dos deputados estaduais Antônio Pedro e Manoel Moraes, representantes do povo de Xapuri e do Acre, as suas posições sobre a Reforma da Previdência que se encontra na Assembleia Legislativa para ser votada. Os senhores deputados são contra ou a favor da retirada dos direitos trabalhistas adquiridos”, questiona a entidade em nota subscrita pelo presidente Erivélton Soares.
O deputado Antônio Pedro disse ao ac24horas que é plenamente favorável à PEC e votará pela aprovação da proposta do governo porque entende que ela é extremamente necessária, e afirmou que alguns pontos cruciais para os servidores, como a licença-prêmio, a sexta-parte e o auxílio-funeral não serão alterados ou extintos.
“Eu vou votar pela aprovação da reforma porque não sou irresponsável de me posicionar contra uma coisa que eu sei que não é desejável, mas é necessária. O estado não tem saída, pois o déficit da previdência cresce a cada dia e isso já está mais do que explicado, além do que o diálogo está acontecendo e os sindicatos estão sendo ouvidos”, garantiu.
Já o deputado Manoel Moraes disse que acompanha o desenrolar das discussões em torno do tema, afirmando que sua posição é pelo diálogo aberto e que o momento não é de divergências políticas, mas de se discutir o futuro do estado.
“Estamos acompanhando com muita atenção os debates sobre a Reforma da Previdência Estadual. Nosso posicionamento é pelo diálogo aberto, técnico e amplo com todos os setores envolvidos. Entendemos que seria prematuro emitir qualquer opinião fechada, decidida. O momento é de diálogo, de buscar uma convergência, de descer do palanque e discutir a situação financeira do Estado e o futuro da nossa previdência”, afirmou.
Nesta terça-feira, 12, a direção estadual do Sinteac convocou trabalhadores da capital e do interior para protestar em frente ao Palácio Rio Branco. Eles também foram à Assembleia Legislativa acompanhar a discussão sobre o projeto apelidado de “pacote de maldades”, enviado pelo governo à Aleac.
A presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, afirma que vários pontos do projeto da reforma prejudicam os servidores públicos do Acre. Os manifestantes dizem que podem perder o reenquadramento no ato da aposentadoria, licença-prêmio, o auxílio funeral e a aposentadoria por licença médica após os 24 meses de afastamento e com aposentadoria proporcional.
Em Cruzeiro do Sul, o governador Gladson Cameli disse à jornalista Sandra Assunção, na manhã desta quarta-feira, 13, que o assunto foi politizado e que a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Rosana Nascimento, usa a situação para se promover politicamente.
“Virou uma palhaçada, politizaram tudo e não aprovaram. Inclusive pessoas que querem ser candidatas, como a Rosana do Sinteac, usaram a situação para se promover. Agora vou chamá-la para me ajudar a resolver a questão da falta de dinheiro e convocação dos professores”, desabafou.
A votação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que trata da Reforma da Previdência, que seria votada nesta terça-feira, 12, foi adiada para o dia 26 de novembro. A decisão foi do governador Gladson Cameli, que resolveu atender os apelos do presidente da Assembleia Legislativa, Nicolau Júnior e do líder do governo Gerlen Diniz, ambos deputados do Progressista para que as negociações fossem esticadas.