O governo do estado não tem mais como dizer que a saúde está melhorando aos poucos. Quem afirma o contrário são setores de dentro da própria Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). Não é à toa que na próxima semana deve ser oficializada toda a exoneração do alto escalão na saúde.
Enquanto a secretária da pasta. Mônica Kanaan, se ausenta em mais uma viagem, um documento obtido com exclusividade pelo ac24horas mostra a situação deplorável que se encontra o Departamento de Assistência Técnica e Farmacêutica (DAFI).
No documento, enviado para o conhecimento da própria secretária é relatado que apesar do departamento ter tomado todas as medidas possíveis, a Sesacre não tem garantido o abastecimento de medicamentos e insumos básicos para garantir o atendimento dos pacientes.
O atraso em processos licitatórios tem resultado em falta de fios de sutura, máscaras descartáveis, agulhas, abocath, luvas de procedimentos, sonda de foley, coletor perfurante e alguns antibióticos, por exemplo.
No documento, o DAFI admite que não tem conseguido abastecer as unidades e afirma que pode haver um colapso geral nas unidades de saúde, com graves consequências à população.
As reclamações que antes eram apenas dos usuários, hoje, se tornam oficiais, de dentro da própria Secretaria Estadual de Saúde.
A incompetência na gestão resulta em prejuízos a quem deveria ter um atendimento de qualidade e humanizado. Pacientes deixam de ser atendidos como deveriam e sofrem com a falta de medicamentos e insumos.
Veja um relato de médicos em um grupo de WhatsApp, onde estão profissionais que trabalham no pronto-socorro. Um deles, que estava de plantão na noite desta última quinta-feira, 31, expõe o absurdo que se tornou a maior unidade de urgência e emergência do Acre. O médico afirma que foi suspenso o fornecimento de fixador externo, que não há gesso e simplesmente não tem onde colocar os pacientes. Uma outra médica comenta a postagem do colega se referindo a mais uma viagem da secretária de saúde e dizendo que tem gente que acha que ainda é dos médicos.
A falta do que dizer à sociedade é tão gritante, que o ac24horas procurou a Sesacre, que simplesmente não se pronunciou sobre a falta de medicamentos e insumos para atender as unidades de saúde do Acre.