O conceito de Florestania foi criado no início do governo petista. Salvo engano a ideia central era dá vez e voz a todos os grupos sociais que fazem o Acre existir. Povos da cidade, do campo e da floresta. Antes da Florestania as etnias não existiam, não eram vistas, nem reconhecidas pelos que estavam no poder. O Acre era representado por oligarquias políticas. Pelos que habitavam os núcleos urbanos, os “civilizados”. Não existiam políticas públicas destinadas aos excluídos e marginalizados. Grosso modo seringueiros e índios. Foram 20 anos de Florestania. Coisas boas e ruins. Avanços, conquistas e também erros e fracassos. Apesar de todos os pesares, a Florestania ganhou o Brasil e o mundo. Dez minutos de conversa com a atriz Christiane Torloni ela dá uma aula de Florestania de fazer inveja aos seus criadores. Uma maravilha!
O atual governo, formado por muitos remanescentes da Florestania, incorporaram uma ideia para se contrapor politicamente ao PT: Vamos combater essa besta fera do Apocalipse mesmo não sabendo o que era a besta, nem fera, muito menos o Apocalipse. “Temos que acabar com a Florestania geradora de pobreza, miséria e ruína”, era o discurso. Pois bem, a Florestania foi dizimada nas urnas e o que temos em seu lugar depois de dez meses? Nada! Ninguém pensou em nada para colocar no lugar da Florestania. Se pensou, ainda não disse. Se disse, ninguém ouviu. Se alguém ouviu não contou para mais ninguém porque o buraco está aí: tiraram a Florestania e colocaram o nada no lugar. Bom, nada já é alguma coisa. Um deles até disse que mesmo o “nada” é melhor do que essa “ideologia maligna”.
Sobre soja, revolução agrícola, rondonização do Acre, agronegócio e a extração de madeira alguém precisa explicar melhor porque, sinceramente, até agora só conversa mole, ou seja, nada foi criado ideologicamente para substituir a Florestania, tipo assim, uma “ideologia benigna”. Por enquanto, nessa área, estamos todos perdidos na mata. Afinal de contas o Acre possuiu mais de 85% de cobertura vegetal.
. Fui ver de perto:
. A operação do ICMBio na reserva Chico Mendes com apoio do Exército é gigantesca, pior (ou melhor) do que se imagina.
. Quem acreditou que com a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL) iria poder derrubar mata, formar pastos e criar gado na Reserva Chico Mendes se estrepou na taboca.
. Cerca de um milhão de hectares foram desapropriadas à época da criação da Reserva Chico Mendes.
. Conheço um pecuarista que perdeu quase mil hectares na desapropriação, era sua reserva de mata, tudo virou pastagem pelos ocupantes.
. Como diz a irmã Adelaide, velha seringueira da região:
. “Meu filho é uma gemura e uma cramura só com a presença do Exesto e do ICMBio aqui”.
. Segura as pontas dona Adelaide, quem optou pela reserva é para ser extrativista e não pecuarista, vice!
. A vida segue…
. O prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (MDB), foi o primeiro a protestar sobre o novo modelo de distribuição dos R$ 94 milhões para ramais.
. Me perguntaram ontem se Porto Acre tinha ramais?
. Talvez seja depois de Rio Branco, Plácido de Castro e o Quinary o município com o maior número de ramais.
. Porto Acre é um ovo, grande mesmo é sua zona rural onde se encontra o Projeto de Assentamento Humaitá.
. Mudar de sigla não é salvo conduto para alguns prefeitos vencerem a reeleição, o buraco é mais embaixo, é com o eleitor.
. Desde que meu avô era menino que o Acre iria receber R$ 1 bilhão de investimentos do governo Chinês.
. Até linha de trem já construíram, só não sei onde fica os trilhos!
. O deputado Luís Gonzaga (PSDB) está saindo da mesmice, do feijão com arroz e fazendo um mandato além das fronteiras do Acre.
. Tem presença constante junto as comunidades, conseguiu a criação do grupo de estudos de viabilidade econômica para a construção de uma rodovia entre o Vale do Juruá e Lima, no Peru, passando por Pucalpa.
. O MDB está parecendo a Torre de Babel descrita no Gêneses, são várias línguas, ninguém se entende.
. O partido do deputado Flaviano deveria se orgulhar das secretárias Maria Alice e Eliane Sinhasique porque realizam um bom trabalho.
. Bom dia!