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Um ano após a vitória nas urnas, Gladson diz que governos do PT deixaram dívidas de R$ 2 bilhões

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Neste dia 7 de outubro, completa um ano que quase 224 mil acreanos (53,71% dos votos válidos) concederam ao engenheiro civil e então senador da república, Gladson Cameli (Progressistas), o direito de ser governador do Estado pelos próximos 4 quatro anos. Foi em 2018, nesta mesma data, que o retorno de um Cameli ao poder, após 20 anos, marcou o fim da hegemonia do grupo político da Frente Popular que comandado pelo Partido dos Trabalhadores, sob as mãos de ferro dos irmãos Jorge Viana (1999 a 2007) e Sebastião Viana (2011 a 2018), viu a sequência de vitórias nas urnas serem interrompidas com a derrota do também engenheiro, Marcus Alexandre (PT), que obteve pouco mais de 141 mil votos (34,54%).


Um ano se passou. Gladson Cameli e sua equipe de neófitos do poder tiveram pouco mais de 60 dias para tão tensionada transição marcada por afagos dos dois lados se concretizada. Foi somente no dia 1º de janeiro de 2019, que ao sentar com a sua econômica sem os olhares do antigo governo por perto que o novo governador contou apenas com pouco mais de R$ 8 milhões nos cofres do Estado e milhões de dívidas de restos a pagar com fornecedores e comissionados. As coisas não pareciam ser tão cordiais como as fotos oficiais da transição entre Sebastião e Cameli tentavam passar.


Para falar sobre o assunto, o ac24horas conversou neste domingo, 6, com o governador que relatou o sentimento neste “aniversário da vitória” e também de seus pouco mais de 10 meses de gestão a frente do Estado.

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“Esse é um dia muito importante para mim porque não representa somente o grande sonho da minha vida, mas significa muito mais sobre o resgate da liberdade e da autonomia do povo acreano. Sou grato a população do Acre que me confiou este mandato, e penso que a saída da Frente Popular prova mais uma vez que a vontade do povo é soberana, que partidos e bandeiras políticas não prevaleceram sobre a sabedoria, o desejo e a decisão pela mudança que ecoava nos quatro cantos do estado”, disse o Chefe do Palácio Rio Branco.


FOTO: SÉRGIO VALE

Apesar de sofrer com desgastes de sua base aliada, tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara dos Deputados, em Brasília, Cameli voltou a destacar que só foi possível chegar a vitória por causa da “união de todos”. “Não podemos esquecer que a união de todos nos trouxe a este novo momento que o Acre vive, e isso aumenta minha alegria e responsabilidade, pois, estou muito feliz como governador, embora os desafios do dia-a-dia nos apresentem complexidades diversas. Mas sei que não estou sozinho porque tenho Deus e o povo ao meu lado, e ainda uma equipe de pessoas, principalmente meu vice, Major Rocha e minha esposa Ana Paula Cameli, que acreditam no nosso trabalho e não tem medido esforços para me ajudar a vencer as batalhas que enfrentamos nesta missão”., enfatizou o governador.


Cameli revelou que solicitou a todos os seus secretários os dados das ações executadas nestes primeiros 10 meses de governo. “Estaremos concluindo esse relatório através da Casa Civil até o final do mês de outubro”, informou.


Sobre as promessas de campanha que o levaram a vitória, Gladson enfatizou que apesar das dificuldades, o seu governo tem sim o que comemorar. De acordo com o governador, na área da educação, a atual gestão já inaugurou duas escolas militares, que estão no nosso Plano de Governo. O Colégio Militar Dom Pedro II, primeiro nesta modalidade na região do Vale do Juruá, contempla mais de 500 estudantes e é modelo de ensino em todo o país, já que atende alunos com necessidades especiais.


“Também recebi do Governo Federal a garantia de construção de mais colégios, e sendo confirmada a viabilidade certamente estaremos beneficiando os municípios de Sena Madureira, Tarauacá, Feijó e Brasileia. Neste mês de setembro empossamos cerca de 200 professores efetivos e já está na programação do ano letivo de 2020 a doação de uniformes escolares e o aumento de oferta da merenda dos estudantes da rede pública estadual. Entregamos 20 novos ônibus escolares para a comunidade. Também pagamos o Prêmio de Valorização de Desempenho Profissional (VDP) dos professores provisórios, gratificação referente ao exercício trabalhado no ano de 2018”, ressaltou.


O chefe do Poder Executivo frisou ainda que somente na semana passada, entregou três escolas revitalizadas na região do Juruá, incluindo uma delas, na zona rural de Rodrigues Alves já climatizada, a exemplo da escola que foi inaugurada também na comunidade Cazumbá-Iracema, em Sena Madureira também este ano.


Considerada o tendão de aquiles de seu governo, a Saúde, segundo Cameli demonstrou alguns avanços com a inauguração do Pronto Socorro e também sobre as instalações físicas da UPA de Cruzeiro do Sul que aguarda apenas a montagem dos equipamentos para seja entregue a população em pleno funcionamento.


FOTO: SECOM-AC

Além disse, Cameli afirmou que irá convocar os aprovados no processo seletivo simplificado da Secretaria de Estado de Saúde para assinatura do termo de posse na segunda quinzena de outubro. “Serão 340 profissionais para ampliar o serviço móvel de urgência e emergência e o serviço nas unidades que fazem parte da rede estadual de Saúde em Rio Branco e em mais 17 municípios, incluindo aqueles considerados de difícil acesso. Também estamos humanizando o atendimento nos hospitais públicos, entre eles a Fundhacre para redução das filas dos pacientes que aguardam por cirurgias”, informou.


Apesar do questionamento intenso da classe política, sindical e até mesmo da população, Cameli também ressaltou os 4 últimos meses que a secretária de saúde, Mônica Feres, está a frente do comando da saúde do Acre, apresentando pelo menos nove tópicos tidos por ele como positivos.


1- Reorganização do atendimento no PS. Hoje o PS atende, prioritariamente, as emergências, com significativa diminuição do tempo de permanência do paciente na observação. Atendimento mais eficiente e humanizado.


2. Melhor distribuição dos médicos, principalmente anestesistas, cirurgiões e ortopedistas.


Está havendo maior e melhor cobertura cirúrgica tanto no PS, quanto na Fundação, resultado em diminuição da fila reprimida de cirurgias do PS, seguida da regulação.

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3. Levantamento das demandas dos hospitais do interior para fortalecer a regionalização e diminuir o TDF para Rio Branco, buscando melhoria no atendimento em todos os municípios.


4. Atendimentos de especialidades nos itinerantes.


5. Melhora dos processos administrativos, buscando realizar os pagamentos em dia e destravamento dos certames licitatórios, recuperando assim a confiança dos fornecedores em relação ao Estado.


6. Aproximação do Estado do Acre com os demais Estados do Norte na área da saúde, em busca de soluções comuns.


7. Inauguração da verticalização do Pronto Socorro.


8. Pactuação com as Secretarias Municipais de Saúde, em CIB, de ações para incrementar e otimizar o atendimento na atenção Básica de Saúde, diminuindo a demanda para os hospitais e consequentemente melhorando o nível de saúde da população.


9. Aproximação da SESACRE com os sindicatos e órgãos classistas. Para discussão de pautas que visam valorizar o trabalhador.


FOTO-SECOM-AC

Na segurança pública, Cameli destacou o cumprimento de uma promessa de campanha que foi a convocação no dia 31 de julho de 500 novos policiais civis e militares, que encontram-se fazendo curso de formação. “Instituímos, oficialmente, a criação da Comissão Especial para Elaboração de Políticas Públicas e do Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social. Conseguimos junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública mais de R$ 14,9 milhões relativos a emendas de bancada. São mais de R$ 12,7 milhões para a aquisição de veículos e acima de R$ 2,2 milhões para a compra de fardamento para a Polícia Militar. Já entregamos, em fevereiro 37 novas viaturas para as polícias Civil e Militar, além de 14 motocicletas. Em breve estaremos entregando cerca de 120 novas viaturas para as nossas polícias, provavelmente durante a visita do ministro Sérgio Moro ao Acre, prevista para ocorrer dia 18 de novembro. Conseguimos a doação de uma avião pela Polícia Rodoviária Federal e também ganhamos um helicóptero doado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, tudo fruto das minhas solicitações em Brasília. Com a presença de mais policiais nas ruas, a valorização profissional e a garantia de estruturação, estamos conseguindo reduzir a criminalidade na capital e interior do estado, que foi um dos principais apelos da população durante a campanha para o governo”, enfatizou.


FOTO: SECOM-AC

Na área da produção e agronegócio, Gladson ressalta que no seu governo foi lançado o programa Ramais do Acre, que investirá R$ 10 milhões em ramais de todos os municípios em parceria com as prefeituras. “O setor rural acreano receberá o maior investimento da história na recuperação e manutenção de ramais a partir deste ano. Serão destinados R$ 94 milhões que certificam o compromisso da atual gestão com o desenvolvimento da população que vive no campo. A definição do cronograma de obras será estabelecido, democraticamente, com sindicatos e associações rurais que escolherão os ramais prioritários que receberão as benfeitorias por parte da administração estadual. Esse recurso trata-se de uma emenda de bancada que estava praticamente perdida e recorremos ao Governo Federal para garantir que a população acreana não sofresse o prejuízo”, explica.


Na área de infraestrutura, a atual gestão destaca que apesar de não ter lançado nenhuma grande licitação na área da construção civil, recuperou o trecho a partir do Parque Chico Mendes em Rio Branco até a entrada do município de Senador Guiomard, na Rodovia AC-40. “Conseguimos reformar as pistas de pouso de Tarauacá e Feijó, e já estamos trabalhando pela recuperação dos quatro municípios isolados por via terrestre de Rio Branco: Santa Rosa do Purus, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo e Jordão, todas abandonadas pela gestão anterior. Assinamos em agosto e as obras já começaram, diversas ordens de serviço de obras que estavam paralisadas. São, aproximadamente, R$ 30 milhões em investimentos que contemplam, além da Cadeia Velha, os bairros João Eduardo, Pista, Glória, Placas e Baixada da Habitasa e comunidades localizadas ao longo do igarapé Fundo. As obras de pavimentação e saneamento foram abandonadas pela gestão passada”, destaca.


FOTO: SECOM-AC

Sobre o “abacaxi” que teria recebido das gestões petistas, Cameli afirmou que disputou a campanha consciente dos problemas que o Acre acumulou durante 20 anos. “A população nos confiou a tarefa de reconstruir um estado. Não tem sido fácil, mas não é impossível. Estou feliz com esta missão”, pontuou.


“Já conseguimos pagar o décimo terceiro atrasado pela gestão do PT, adiantamos a primeira parcela do nosso décimo terceiro também. Pagamos os salários atrasados dos servidores do Pró-Saúde, também herdado da gestão do PT. Foram mais de R$ 2 bilhões de dívidas deixadas pela administração anterior. Além de pagarmos os servidores em dia, estamos pagando os fornecedores e lançamos no último mês mais de R$ 250 milhões em processos licitatórios em vários setores”, informou.


Sobre a gestão fiscal do Estado, Cameli fez questão de destacar que relatório da Secretaria do Tesouro Nacional que inseriu o Acre entre os nove que reduziram despesas em 2019. “Foram economizados ao menos R$ 69 milhões, segundo a Secretaria de Estado da Fazenda, graças a uma política de austeridade que possibilitou cortar gastos, renegociar dívidas deixadas pela administração passada nas agências de crédito e honrar compromissos com fornecedores. Essa condição colocou o Acre no mesmo patamar, em queda de despesas, em que estão os estados do Mato Grosso, Roraima, Tocantins e Maranhão, dentro da Amazônia Legal, dos estados de Alagoas e Piauí, na região Nordeste e de Minas Gerais, no Sudeste”, disse.


Tida como a possibilidade de o Estado respirar economicamente nos próximos anos, o governador destacou que a renegociação da dívida do Estado é uma de suas prioridades. “Apresentamos uma proposta de renegociação de dívida do Estado, o que possibilitará o desbloqueio do repasse de outros contratos junto ao banco, e que possibilitam a execução de dezenas de obras. O que ocasionou o entrave nos repasses foi um aporte à maior, feito para o governo anterior, no valor de R$ 98 milhões e que, sem a comprovação de aplicação e/ou prestação de contas, foi exigido de volta pelo BNDES. O governo anterior pagou somente duas parcelas de R$ 5 milhões. Se a proposta de renegociação da dívida for aceita, garantiremos uma economia de mais de R$ 200 milhões por ano para o estado. Temos resultados positivos em todas as áreas do estado, e gostaria de mencionar aqui o sucesso da Expoacre 2019, que envolveu todas as pastas do estado e mostrou a força da união do nosso governo, que trabalha para melhorar a vida das pessoas”, disse.


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