Mais de 30 passageiros das empresa Eucatu e Rotas, que vinham de Goiânia para o Acre, na semana passada, permanecem na rodoviária de Porto Velho, em Rondônia, desde a última sexta-feira, e não podem vir para o Acre porque a empresa suspendeu a linha até Rio Branco, depois que a estrada foi parcialmente interditada pela Polícia Rodoviária Federal devido à cheia do rio Madeira. O pior é que os passageiros estão sem nenhuma assistência. A empresa cedeu apenas um pequeno espaço na rodoviária. Na sala, os passageiros passam o dia inteiro e dormem praticamente amontoados.
“Tá todo mundo aqui nessa sala. Tem muita gente aqui. Tem umas 25 pessoas. Ninguém aqui tem condição de comprar de avião. A gente quer uma solução pra gente. A única coisa que eles dão é a água e só. Comida não tem. As pessoas dormem no chão e outras na cadeira lá. Eu estou com meu pai de 81 anos e minha mãe de 72. É triste essa situação”, diz a passageira Ana Cristina.
“Deram uma marmita ontem a noite pra gente. Disseram que não vão providênciar mais nada porque agora a responsabilidade é da Defesa Civil porque decretaram calamidade publica aqui”, disse Ester Rodrigues de Jesus, uma das passageiras.
A Eucatur chegou a propor levar os passageiros de volta para Goiânia ou dar a eles os R$ 70 equivalentes ao valor da passagem do trecho entre Porto Velho e Rio Branco, o que não foi aceito.
Os acreanos pediram ajuda da prefeitura de Porto Velho, que prometeu uma solução. Os passageiros ameaçam denunciar a empresa no Ministério Público do Estado de Rondônia.
A reportagem procurou a gerência das duas empresas, mas ninguém se manifestou. A ANTT, agencia que regula o transporte rodoviário de passageiros foi informada sobre a situação.