A crise na saúde pública do Acre pautou o debate na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira, 4. Primeiro a tocar “na ferida”, o deputado Roberto Duarte (MDB), usou a tribuna para criticar o funcionamento do Pronto-Socorro de Rio Branco, que mesmo com novas instalações, a prestação do serviço só piora. Ele também lembrou sobre a possibilidade de existir fraude no processo seletivo da saúde que recentemente foi homologado.
“Não tem como explicar um hospital novo, recém-inaugurado que veio para somar no serviço, piorar a prestação do serviço. E sem conta que ainda tem a possibilidade de fraude no processo seletivo onde candidato zera na matéria e é aprovado”, disse o parlamentar.
Quem também aproveitou para criticar a secretária, foi a deputada Antônia Sales (MDB), que afirmou que já se passou alguns meses e a secretária ainda não disse ao que veio. “Eu não tenho nada de bom para falar até o momento. A fila do TFD já são de 12 mil pessoas. O povo está sofrendo nas filas e a gente não vê uma solução. Um aceno positivo”, enfatizou.
Contrariado a respeito do assunto, o ex-líder do governo, deputado Gerlen Diniz (Progressistas), disse que ainda é cedo para cobrar a secretária. “Ela está apenas três meses no cargo. Os problemas não são de agora. São de décadas. É muito fácil deputado vir criticar e não apontar soluções. Eu peço calma”, disse o deputado que aproveitou a oportunidade para alfinetar o deputado Edvaldo Magalhães. Diniz também ressaltou que o indicativo de greve na saúde não é por falta de diálogo com a secretária. “Se estiverem usando isso como argumento, não estão sendo honestos”, disse.
Citado, Magalhães usou a tribuna para dizer que ele ainda não tinha se manifestado na sessão sobre a saúde, mas que a própria base do governo já fez isso. “O Gerlen citou meu nome para não falar da base. Tudo bem, mas quem faz as cobranças mais duras são os membros do próprio governo. Isso é bom. Eu só vou cobrar problemas complexos, apesar da atual gestão da saúde ter praticado erros simples, burocráticos, como por exemplo acabar com as cirurgias da Fundação, gerar o caos, e agora retornar de novo e não assumir o erro”, disse.
O deputado Jenilson Leite (PSB) também criticou a saúde e destacou novamente a falta de diálogo de Mônica Feres com os servidores e enfatizou seu apoio a causa. Usando uma publicação nas redes sociais, o parlamentar pediu que o governo se posicionasse a uma possível declaração do comandante da Polícia Militar ameaçando grevistas.
Para rebater as afirmações, o líder do governo, deputado Luiz Tchê (PDT), assumiu que existem problemas na saúde e queria provas de que o governo esteja coagindo servidores com a suposta declaração do comandante da PM. “Problemas existem, mas não podemos apostar no quanto pior melhor. Sejamos mais abertos ao diálogo. Não vamos nos basear em falatório. Vamos conversar”, disse o deputado.