Na manhã desta quinta-feira, 25, a estudante da escola Clícia Gadelha, A. O. S. de apenas de 16 anos, compareceu à Delegacia da Mulher e em depoimento acusou o diretor da própria escola de importunação sexual.
Para a autoridade policial, a jovem disse o seguinte: “Tava tendo um projeto na escola. O diretor me chamou na sala dele, ficou me alisando, passando a mão nas minhas pernas e meu deu um papel com o número dele anotado. Disse que era pra eu ligar porque ele queria ficar comigo”, diz a jovem.
Em uma outra oportunidade, a adolescente conta que o diretor chegou a oferecer cerveja. “Teve o Viver Ciência e ele me chamou e disse que eu tinha sido escolhida para representar a escola. O evento era em outro lugar. Na hora da volta, ele comprou cerveja e deu pra gente beber. Ficava dizendo que a gente era safada, vagabunda, gostosa, esse tipo de coisa”, afirma.
A jovem esteve na Delegacia da Mulher acompanhada da mãe que pediu que algo seja feito. “Espero que alguém tome providência. É um absurdo o que aconteceu com a minha filha e com outras meninas. Tem uma que tá até com depressão. Ela já tinha me contado, mas tava com medo. Quero justiça”, afirma a mãe que prefere não ter o nome divulgado.
Uma outra estudante, L. M. O, de 17 anos, afirma ter passado pela mesma situação. Ela conta que os fatos aconteceram no ano passado, mas por medo, só agora teve coragem de denunciar. “Tá com duas vezes que isso acontece. Eu passo no corredor, ela me chama, me tranca na sala dele. Uma vez me mostrou três pacotes de camisinha, tentou pegar nas minhas partes íntimas e tentou me beijar”, conta.
“Sou vítima de uma armação”, diz diretor
O ac24horas ouviu o diretor da Escola Clícia Gadelha sobre as acusações.
Cleilton Pessoa Amaral afirma ser vítima de uma armação para tentar prejudicá-lo. “Eu desconheço o conteúdo dessas denúncias. Mas, para mim, isso não passa de uma armação. Isso aconteceu imediatamente após eu anunciar que ia desvincular duas coordenadoras da escola. Vou esperar ser notificado e vou me defender na justiça”, afirma.
Cleilton afirma que nunca fez nada do que foi denunciado com nenhuma estudante. “Eu nunca mostrei camisinha pra ninguém, nunca chamei pra nada. Inclusive aqui na escola, eu trabalho em um ambiente cercado por duas mulheres e nunca atendo nenhuma estudante sozinha e nunca de portas fechadas. Eu sabia que iam tentar me derrubar de alguma forma, mas pensei que fosse alguma sindicância administrativa ou algo do tipo, mas não imaginei que fosse isso”, diz.
O diretor da escola se diz tranquilo. “Quando eu soube do que era fiquei com o coração tranquilo porque é uma coisa que não devo. Quando estou conversando com alguém é sempre de portas abertas e muitas vezes com a presença de uma outra pessoa. Vou provar por a mais b que sou inocente”.