O primeiro compromisso do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles em Cruzeiro do Sul, foi ver o traçado da BR-364 de 240 km que vai até Pucalpa no Peru. A estrada seria uma alternativa ao Porto de Santos, em São Paulo, e reduziria em mais de um mês o trajeto da exportação de vários produtos até os Porto de Illo, Matarani e Calao, no Peru.
O Cacique Luís Pūe, liderança dos índios Puyanawa, anfitrião do ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que seu povo é contrário à continuidade da BR364 até Pucalpa. Segundo Pūe, a possibilidade causou um racha entre as lideranças indígenas, já que alguns povos “não estão entendendo o que essa estrada significa, que é de impacto em nossa floresta, nossos rios e em nossas vidas”.
O Cacique Manà Kaxinawa, de Tarauacá, disse ao ministro e autoridades presentes que além da Estrada, “é preciso fazer nossos ramais pra gente tirar nossa produção”.
O ministro Ricardo Salles defendeu o fim do isolacionismo dos índios em nome da integração, que é a bandeira do governo Bolsonaro. ” Os povos indígenas são importantes e devem ter uma boa qualidade de vida. Nosso projeto é manter o desenvolvimento sustentável e suas tradições sem que, para isso, os índios tenham que viver isolados”, defendeu o ministro.
O senador Sérgio Petecão diz que o mais importante foi trazer o ministro para o contato direto com os índios. “Foi a primeira vez que um ministro veio ouvir os índios na casa deles e a partir daí haverá bons desdobramentos”, citou o senador.
O ministro Ricardo Salles chegou à Cruzeiro do Sul no início da tarde em avião da FAB com os senadores Sérgio Petecão, Mailsa Gomes, Márcio Bittar e o deputado federal Alan Rick e foi recebido pelo prefeito Ilderlei Cordeiro.
O último compromisso da comitiva foi assistir a uma apresentação musical no aeroporto da cidade, antes de seguir pra Rio Branco