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E agora Bestene?

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O Palácio Rio Branco vai suportar os efeitos da despolitização na saúde cortando cargos estratégicos apontados por progressistas como José Bestene? Cameli quer agilidade nas investigações que correm em segredo de Justiça na Polícia Federal.


Não foi a suposta existência de um cartel ou complô de servidores para travar a saúde do Acre que inspirou o governador Gladson Cameli a pedir a exoneração de Alysson Bestene. O desfecho dessa história não contou com a presença daqueles que podem ter sido os principais personagens dessa crise. Trata-se do deputado estadual José Bestene (Progressistas) e políticos da base de sustentação em Brasília e na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).


Ao assumir meia-culpa por não ter cortado pela raiz “protagonistas que estiveram à frente de alguns setores da saúde”, o governador deixou claro durante coletiva concedida à imprensa em seu escritório na Casa Azulada ontem, que se referia a nomeações de indicações políticas que contaminaram cargos técnicos.

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Entre os protagonistas, o detentor do maior número de cargos para o setor é o deputado estadual José Bestene, tio de Alysson. O poderio do progressista é tão grande que ele chegou a ser chamado de o “QI da Saúde”.



Era direto da mansão localizada na baixada da Habitasa que saiam as principais nomeações para diretorias de hospitais e UPAS, como os cargos de direção do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (HUERB).


Quando não nomeava, José Bestene tinha que avalizar as indicações políticas de outros partidos, como o cargo de direção do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o SAMU, cota da deputada federal Vanda Milane (SD).


A condição de atuar nos bastidores da maior secretaria do Estado parece ter sido negociada como garantia do afastamento de José Bestene da eleição ao cargo de presidente da Aleac, deixando o caminho limpo para a eleição do cunhado do governador, o deputado estadual Nicolau Junior (Progressistas). A Estratégia progressista sempre foi negada.


Além disso, Bestene colocou na mesa a experiência vivida ao lado do ex-governador Orleir Cameli, quando foi secretário de saúde, reformou o Pronto Socorro e importou toneladas de remédios da Alemanha.


Ao rechaçar uma suposta crise o governador voltou a negar que o cargo de Alysson tenha sido da cota de Bestene, puxando para si a responsabilidade pela nomeação e exoneração.


Durante entrevista coletiva concedida ontem (3) na Casa Civil, Mônica Feres parecia estar muito bem orientada. Sentada ao lado do representante do governo em Brasília, Ricardo França, ela afirmou ter noção do que assumiu  e “do que compõe em termos de pessoal toda essa estrutura da saúde”, disse.


Demonstrando jogo de cintura a nova secretária afirmou que a ordem não é sair cortando cabeça 100%, mas aproveitar tecnicamente pessoas que tenham mérito de continuar.



“A palavra de ordem é meritocracia, estratégia e gestão!” Acrescentou.


Se os cargos apontados por José Bestene e os deputados da base na Assembleia Legislativa do Acre e no Congresso Nacional estão nas estratégias dos que têm mais méritos, isso o tempo vai dizer, assim como os efeitos das exonerações à vista que engrossarão as páginas do Diário Oficial a partir desta terça-feira.

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Tendo atuado como médica, gestora da Unidade de Neonatologia da Maternidade Bárbara Heliodora, ajudando a implantar o premiado programa de humanização do setor, Mônica têm ainda pela frente, o desafio de desvendar esquemas que, segundo o governador, vêm de gestões passadas, um misto entre cartel e complô.


Cameli quer maior agilidade nas investigações em licitações apuradas pela Polícia Federal, iniciadas ano passado, que podem levar à prisão pessoas ligadas à Frente Popular e empresários fornecedores de serviços médicos bem conhecidos da sociedade. Um dos processos corre em segredo de justiça.


Demonstrando estar cansado do enfrentamento dos problemas ligados à saúde, Cameli chegou a pedir ao ministro da Justiça, Sergio Moro, que olhasse para os processos em curso, investigados no setor da saúde do Acre.


“Eu não vou esperar um ano para agir e resolver essa situação”, concluiu o governador.


 


 


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