Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac) de Cruzeiro do Sul, a greve da educação deflagrada nesta quinta-feira, 16, é um sucesso e todas as 32 escolas da zona urbana estão com as aulas suspensas.
Edvaldo Gomes, presidente do Sinteac em Cruzeiro do Sul, refutou a declaração da coordenadora regional de educação no Juruá, Ruth Bernardino de que a greve seja motivada por interesses políticos.
“Não tem política, o que os diretores querem são condições mínimas de trabalho. Desde o início do ano não tem material de limpeza para limpar as escolas. Os serventes estão há quatro meses de salários atrasados e muitos já abandonaram seus postos de trabalho e ainda falta lotação de professores e cuidadores. Foi um acúmulo de problemas que resultou na greve”, explica Edvaldo.
A adesão de 100% nas escolas urbanas e também de algumas da zona rural deram fôlego a paralisação e os profissionais prometem só voltar as atividades quanto todas as reivindicações forem atendidas.
“O diretores afirmam que só retornam ao trabalho quando tudo tiver sido resolvido. Estamos aguardando uma posição oficial da Secretaria de Educação sobre as justas reivindicações dos profissionais que só lutam por melhores condições de trabalho”, destaca o presidente do Sinteac.
O outro lado
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação esclareceu que a empresa contratada realizou nesta quinta a entrega dos materiais para higienização e limpeza das escolas.
Em relação a falta de merendeiras e serventes, a SEE declarou que não tem poder de interferência, já que é a nova empresa tem autonomia para manter ou substituir os servidores. Mesmo assim, afirma ter recebido a garantia de que seriam realizados contratos temporários dos que manifestassem interesse em permanecer em seus postos de trabalho.
Quanto aos salários atrasados, o governo debita a culpa na cooperativa e diz que a prestadora de serviços tinha pendências nos processos de notas fiscais.
Como a situação não foi resolvida, a SEE negociou junto à PGE o pagamento direto na conta dos cooperados dos meses de dezembro a março, mas confirmou que o pagamento dos meses de abril e maio estão novamente sendo submetidos a Procuradoria Geral do Estado.
Em relação a paralisação, a educação estadual diz que nem todas as escolas urbanas, sem mencionar quantas e quais, paralisaram suas atividades. Afirma ainda que alguns servidores terceirizados foram trabalhar, mas foram impedidos de entrar nas unidades de ensino.
Por fim, o governo diz na nota que não há necessidade de paralisação, já que se tratam de situações que estão sendo resolvidas e que os mais prejudicados são os alunos com a possibilidade de comprometer o bom andamento do ano letivo.