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Um dos programas de maior alcance social já realizados na saúde pública do Acre e que resgatou o prazer de viver de milhares de pessoas está definhando.
O programa de saúde auditiva, implantado em 2014, desenvolvido em parceria com uma empresa médica especialista, realizou mais de 30 mil atendimentos.
Um dos mais importantes é o teste da orelhinha. Foram mais de 10 mil exames realizados. o teste tem a capacidade de detectar precocemente alguns problemas auditivos nos bebês.
Um outro exame, importante para detectar problemas na audição era realizado na sala de audiometria. Se o diagnóstico identificasse a necessidade do uso de aparelho auditivo, o paciente recebia o equipamento gratuitamente.
Tudo isso é passado. O governo anterior deixou dívidas com a empresa desde o mês de outubro de 2018. A atual gestão, alegando que não tinha mais como aditivar o contrato, rompeu com a empresa.
Com o fim da parceria, onde os atendimentos eram realizados na Fundação Hospitalar, centenas de pessoas estão desesperadas sem saber o que fazer. Principalmente, mães que sabem da importância do tratamento e acompanhamento para seus filhos e que não têm condições de custear de forma particular.
É o caso de Liliane Nunes, mãe de um menino de apenas 1 ano e 7 meses.
“Meu filho usa o aparelho desde os 7 meses. O que eles dizem é que não vão mais reabrir, que o governo não pagou a empresa e por isso o contrato acabou. Quem fica prejudicado são os nossos filhos”, afirma.
Antônio Gabriel, filho de Liliane, é uma criança com necessidades especiais. A mãe diz que outros profissionais que o acompanham já afirmaram que a criança vai ter dificuldades em evoluir no tratamento sem ouvir. “Ele não ouve nada sem o aparelho. A fonoaudióloga da APAE já disse que ele vai ser muito complicado sem o equipamento. Eu estou desesperada, já chorei, já me desesperei. Não sou eu. Tem muita gente nessa mesma situação”, diz Liliane.
E tem mesmo. Outra mãe desesperada é Ozely Pinheiro. A filha, de dois anos, precisa de atendimento especializado em saúde auditiva. “Estamos a mercê da sorte. Nâo temos a quem recorrer e pedir socorro. Minha filha teve perda severa de audição após uma cirurgia e precisa usar esses aparelhos. Quando vamos lá só dizem que estão resolvendo e nada. Vou lhe falar a verdade. A saúde era precária, mas agora tá é pior”, desabafa.
Procurada pela nossa reportagem, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou que o serviço não está sendo oferecido. Segundo a Sesacre não foi possível aditivar o contrato com a empresa que prestava o serviço e por isso está se preparando uma contratação emergencial para a continuidade dos atendimentos.
A Secretaria de Saúde não divulgou um prazo para o retorno dos atendimentos aos pacientes.