Falar em educação profissional pública atualmente no Acre é sinônimo de polêmica. Depois do ac24horas mostrar a difícil situação no Centro de Educação Profissional e Tecnológico Campos Pereira, agora são os alunos da Escola Técnica em Saúde Maria Moreira da Rocha denunciarem o que classificam como abandono por parte do governo do estado.
Pouco mais de um mês atrás, no dia 20 de março, o governador Gladson Cameli entregou a reforma e ampliação da escola técnica. No entanto, os alunos dos cursos integrados, que é a modalidade que integra o ensino médio com cursos profissionalizantes, dizem que foram esquecidos. “Temos uma escola maravilhosa, mas que já não é mais a mesma. Antes tivesse ficado sem a reforma, porque o atual governo só teve a satisfação de ir lá fazer a reinauguração e depois mais nada”, diz um dos alunos.
Chegando no mês de maio, os estudantes denunciam que ainda não tiveram aulas específicas dos cursos de técnico em enfermagem, saúde bucal e estética em 2019.
Para se ter uma ideia, no caso específico do curso de estética, segundo a denúncia, nunca teve estágio e no ano passado o curso ficou sem mediador até para ministrar as aulas de teoria. “Estamos atrasadíssimos. Um curso que era pra gente concluir em pouco mais de 3 anos, se não tiver mais atraso, vamos levar 4 anos e meio”, afirma o estudante.
Os estudantes informam ainda que já procuram a direção da escola e a Secretaria Estadual de Educação, mas não tiveram, até hoje, uma resposta concreta sobre o início das aulas técnicas. “Quando perguntamos para os responsáveis pelas áreas técnicas, eles só dizem que tá tudo muito incerto. Fomos até a SEE, e disseram para que a gente tenha um pouco de paciência que vai ser resolvido. O que pedimos é uma posição concreta, real de quando as aulas especificas vão começar”.
A Secretaria de Educação confirmou a falta de profissionais. Segundo nota enviada ao ac24horas, o processo seletivo realizado em 2017 não tem mais validade e diz que como a gestão anterior não agilizou nada para este ano, os estudantes não têm mediadores das áreas técnicas.
A SEE confirmou também uma péssima notícia aos estudantes, afirmando que a atual gestão está buscando meios para realizar contratações, mas não há nenhuma previsão.
A Secretaria de Educação rechaçou que os alunos estejam abandonados. Além de afirmar que o problema se arrasta desde o ano passado, diz que no início do ano letivo, foi realizada uma reunião com os estudantes e foi comunicado os entraves para essas contratações.
Como tem acontecido com habitual frequência, a conta cai na gestão passada. Os alunos, pelo menos por enquanto, vão continuar com as aulas apenas do ensino médio, já que não há perspectiva a curto de prazo de contratação, segundo diz a própria nota da SEE.