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Perpétua fala do mandato, candidaturas, coligações e diz que governo é confuso

Foto: Perpétua Almeira, ex-deputada federal pelo PCdoB/Sérgio Vale
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A partir de hoje o ac24horas inicia uma série de entrevistas com deputados federais do Acre para que você, leitor e eleitor, acompanhe o trabalho desenvolvido por cada parlamentar. O que faz? O que pensa? E, principalmente, como se posiciona acerca dos grandes temas nacionais e locais como a reforma da previdência, Segurança, Saúde, Educação além, é claro, no processo político-eleitoral das eleições de 2020 e 2022.


A exemplo do que extraímos garimpando ideias dos senadores Márcio Bittar (MDB), Sérgio Petecão (PSD) e Mailza Gomes (Progressista) e oferecendo aos internautas e a população em geral, o que fazem seus políticos eleitos. A 1ª dessa série de entrevistas é com a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), que volta a Brasília depois de uma interrupção de quatro anos.


Falou de como se sente no atual Congresso, da reforma da previdência, do general Mourão, das fronteiras, do governo Gladson, das eleições municipais. “Provavelmente o PCdoB terá candidatos a prefeito em Rio Branco, Tarauacá e Jordão”. Na contramão do PT ela disse que o partido está aberto a dialogar com qualquer sigla no Acre, inclusive, PSD e PSDB. “Quando a situação é dramática as forças políticas precisam sentar e resolver como fez o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

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Ac24horas – Deputada Perpétua Almeida, a senhora foi deputada federal em dois mandatos do ex-presidente Lula e dois no da presidenta Dilma Rousseff, a conjuntura política nacional e local era outra, qual a sua percepção da Câmara, do Congresso, do pais e do Acre hoje?


Perpétua Almeida – Tem horas que eu me assusto e me pergunto se estou na Câmara Federal mesmo. Voltei feliz e alegre por retomar ao meu trabalho que é escutar aqui e transmitir lá. Somos um elo entre os anseios do povo e o que o parlamento pode fazer. Vejo muita, muita inexperiência, tem gente ali que não tem a menor ideia do que é o Congresso. Tenho a sensação de que estamos vivendo a era do espetáculo…


Ac24horas – Explique melhor…


Perpétua Almeida – É que cada um quer aparecer mais do que o outro. Porém, sentar, trabalhar e mostrar resultados de fato como, por exemplo, estudar um projeto, elaborar, entrar no debate, saber se posicionar, vejo muito pouco isso. O que tem é muita briga, embates pessoais.


Ac24horas – E o presidente Jair Bolsonaro?


Perpétua Almeida – As pesquisas estão mostrando. Nunca no país, desde que se começou a fazer pesquisas, um presidente desonerou com tanta rapidez como esse. Nenhum, nem o governo Fernando Collor que sofreu um processo de impeachment. Eu esperava por isso, mas será que os eleitores do Bolsonaro esperavam? Essa semana mesmo alertei uma pessoa das Forças Armadas sobre isso.


Ac24horas – Como assim?


Perpétua Almeida – O que está desidratando (a falta de confiança) no governo também está desidratando as forças armadas. Até onde as Forças Armadas vão aguentar serem desmoralizadas nesse processo todo? Os filhos do Bolsonaro e o astrólogo Olavo de Carvalho estão desmoralizando os militares.


Ac24horas – Voltando a questão da Câmara Federal, o que falta para melhorar?


Perpétua Almeida – Falta responsabilidade com o parlamento, empatia. É uma intolerância sem tamanho. Entrou-se em uma disputa sobre o que é direita e esquerda. O pior, é que os mais afoitos a debater não sabem o que é nem uma coisa nem outra. O maior problema do Brasil é o desemprego, não se discute o desemprego. Se discute a opção política de um, a opção sexual do outro. Estão debatendo costumes, quem se comporta de forma A ou B, o povo brasileiro nunca foi afeito a isso.


Ac24horas – Na sua visão deputada Perpétua, o que o povo quer saber?


Perpétua Almeida – Do seu emprego! O que o governo vai fazer para devolver o emprego ao povo. A pessoa quer saber como ela vai reconquistar o seu trabalho, a sua dignidade.

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Ac24horas – Mas o presidente Bolsonaro ganhou as eleições debatendo costumes, valores, foi a sua plataforma política e as pessoas votaram nele…


Perpétua Almeida – Só funciona na campanha para ganhar a eleição. Em um governo as pessoas querem saber: _ E aí, presidente qual a proposta que o senhor tem para gerar emprego no pais, para desenvolver a economia.


Ac24horas – O presidente Bolsonaro e o Paulo Guedes dizem que é necessário fazer a reforma da previdência, o que a senhora acha?


Perpétua Almeida – Tem que fazer a reforma da previdência, mas não essa que está aí. A China faz, os países socialistas fazem, os de direita também fazem. A reforma tem que levar em conta a população economicamente ativa, a população que envelhece, acabar com os privilégios mostrando quem são os privilegiados. Tem que dar os nomes.


Ac24horas – O governo federal alega que a reforma vai acabar com os privilégios…


Perpétua Almeida – A reforma do Bolsonaro é similar ao do Chile, onde as pessoas idosas quando vão se aposentar mais cometem suicídio no mundo. Como é que no futuro o governo vai dizer para uma pessoa que ela terá que se aposentar ganhando apenas R$ 400 reais? Como vou dizer para uma professora que ela vai se aposentar com 65 anos de idade e 40 de contribuição? Já não ganha bem durante a vida. Como explicar para um trabalhador rural do Jordão que ele tem que comprovar que recolheu 20 anos para a previdência, ele nem sabe o que é isso?


Ac24horas – A senhora acredita nesse modelo econômico apresentado para tirar o Brasil da crise?


Perpetua Almeida – A Eletroacre foi privatizada está aí o resultado, como privatizar hospitais, a Ufac (você acha que os jovens podem pagar uma Ufac privatizada?), quando se opta pelo Estado mínimo, como estão propondo, o trabalhador é sacrificado, ele vai ter que pagar tudo. Voltou para o Congresso a discussão de se privatizar água e esgoto. Isso são necessidades essenciais das pessoas. Se privatizar vai pesar muito no bolso do povo. O governo tem que viabilizar as empresas par trabalhar, voltar o Bolsa Família do tamanho que era antes para matar a fome das pessoas. Tem que retomar o Minha Casa, Minha Vida e gerar emprego e renda. O programa do Paulo Guedes vai acabar com a previdência pública porque ele quer transferir dinheiro para os bancos.


Ac24horas – Qual a avaliação que a senhora faz do governo Gladson Cameli?


Perpétua Almeida – Para mim é um governo muito confuso, muito confuso mesmo. Ainda não consegui ver, de fato, qual é o programa do governo. Não consegui identificar. Um governo que começou com demissões acima da média nos primeiros três quatro meses. Para quê guardar dinheiro, o governo tem que fazer circular. Como vai estimular o emprego. Se uma pessoa guarda o salário todo mês na poupança vai viver de quê?


Ac24horas – O governador Gladson Cameli em uma solenidade lhe elogiou afirmando que a senhora tinha se colocado à disposição do governo…


Perpétua Almeida – Sim, tenho me colocado à disposição do estado. Essa semana procurei o vice-presidente General Mourão e entreguei a ele a “Carta dos Governadores”, produzida o ano passado aqui no Acre, onde reuniu governadores de todo o Brasil para discutir a fronteira. O Acre tem fábrica de armas? _ Não! O Acre produz drogas? _ Não! Então, por que as cidades estão cheias de drogas e armas? O Acre vergonhosamente está na ponta do feminicídio, isso tudo é violência…


Ac24horas – Mas, essa violência também não é herança deixada pelos governos de esquerda?


Perpétua Almeida – A violência chegou com a herança das facções, com o aumento da produção das drogas, com a herança da entrada de armas clandestinas, por isso que tem que cuidar da fronteira. Conversei com o governador Gladson, para que convidasse pessoalmente o vice-presidente Mourão porque ele é responsável para cuidar das fronteiras, por ser do Exército e ter muita experiência com isso. A bancada federal não tem partido. Porém, a reforma da previdência é discutida no âmbito do meu partido, o PCdoB. Também não voto para prejudicar as pessoas.


Ac24horas – Sobre as eleições do ano que vem, a senhora pretende ser candidata a prefeita de Rio Branco?


Perpétua Almeida – O PCdoB provavelmente terá candidato a prefeito em Rio Branco…em Tarauacá e no Jordão. Temos o vereador Eduardo Farias, foi vice-prefeito e deputado estadual, tem o Jenilson Leite, que é um deputado dedicado, exemplar. Tem também o Edvaldo com a experiência que poucos parlamentares têm e, agora, experiência de gestão pública. Nome dentro do PC do B para disputar a prefeitura não falta.


Ac24horas – E sobre as coligações, a Frente Popular acabou. Na Assembleia o MDB, PC do B e PT trabalham unidos o que a senhora pensa sobre isso?


Perpétua Almeida – Já fizemos coligação com o PMDB para as eleições municipais, não vejo problema nenhum (Mâncio Lima). Se você observar o governador do PC do B no Maranhão, Flavio Dino, tem o maior leque de alianças com partidos. Quando a situação é muito dramática é preciso que todas as forças políticas sentem para dialogar e resolver. O país e o estado estão em momentos difíceis. Podemos sentar e dizer: onde a gente concorda aqui? O que é consenso entre nós?


Ac24horas – Com qualquer partido?


Perpétua Almeida – Sim, independentemente de ser o MDB, o PDT, o PSB, o PT de ser qualquer um…


Ac24horas – O PSD também?


Perpétua Almeida – O PSD também, eu penso que nós devemos estar dispostos a conversar, até o PSDB. Isso vai depender de cada partido que se dispuser a dialogar.


Ac24horas – Obrigado pela entrevista, deputada.


Perpétua Almeida – Obrigado ao ac24horas, um abraço à todos vocês.


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