Mais um dado que retrata a insegurança no Acre. Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) revelam que aumentou o número de roubos de veículos em 2018, comparado ano anterior.
O Acre teve o registro de 858 roubos. O número representa uma média superior a nacional que é de 96,41/100 mil habitantes.
O estado também ficou à frente dos vizinhos Amazonas e Rondônia.
A localização geográfica do Acre facilita esse tipo de ocorrência, já que os veículos roubados são, geralmente, levados para Bolívia onde são trocados por entorpecentes.
É importante ressaltar que há uma diferenciação entre roubo e furto. Já que o primeiro é sempre mais traumático porque existe a prática de violência ou ameaça à vítima, geralmente, com o uso de arma de fogo.
Quem passa por uma situação como essa, tem, muitas vezes, o bem recuperado, mas os traumas são dificilmente esquecidos.
É o caso da jornalista Janequeli Silva, que teve o marido e os irmãos vítima de assalto. “O trauma é eterno. E olha que eu nem estava presente, mas só de imaginar o que meu esposo e meus irmãos passaram é uma angústia sem fim. Eles foram amarrados e sofreram a tortura psicológica, que é sempre muito difícil”.
Para ter o veículo de volta, a família teve que pagar para os bandidos. “Eles entraram em contato e pediram 7 mil reais para devolver o carro. Nós negociamos com eles, mas ainda tivemos que pagar 3 mil reais. É um absurdo. Aí vem a revolta pela insegurança, a angustia e fica o trauma. Não tem um dia que não colocamos a cabeça no travesseiro e não lembremos do que aconteceu. Você passar a viver com medo”, diz Janequeli.
Em 2017, o número de roubos de veículos alcançou 849 registros.